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Festival de Berlim termina mais leve com animação

Concorrentes apresentados nesta sexta exibem histórias mais otimistas. Animação 'Os Croods' foi exibida fora da competição

Por Mariane Morisawa, de Berlim
15 fev 2013, 17h17

O 63º Festival de Berlim foi encerrado numa nota mais leve nesta sexta-feira (15), com a exibição dos dois últimos concorrentes ao Urso de Ouro, Nobody’s Daughter Haewon, de Hong Sangsoo, e Elle S’en Va, de Emmanuelle Bercot, e da animação Os Croods, de Kirk De Micco e Chris Sanders, apresentada na seleção oficial, fora de competição. Na noite deste sábado (16), o júri presidido por Wong Kar-wai anuncia os premiados.

Produzido pela DreamWorks, Os Croods traz uma família de homens da caverna, os últimos sobreviventes da região por conta do zelo do pai, Grug (voz de Nicolas Cage na versão original em inglês), que não deixa a mulher Ugga (Catherine Keener), a sogra Gran (Cloris Leachman), a adolescente Eep (Emma Stone), o garotão Thunk (Clark Duke) e um bebê fazerem praticamente nada. Eles passam dias e noites dentro de sua caverna. Saem apenas quando tudo parece seguro, para caçar o que comer. Mas Eep não consegue resistir à curiosidade condenada por seu pai. Seus planos são explorar o mundo, ainda mais depois de conhecer o esperto Guy (Ryan Reynolds), que diz a ela que a Terra vai acabar. E, realmente, um terremoto acaba com a casa dos Croods. Eles são obrigados a sair, conhecer animais novos e uma nova maneira de pensar e de viver. Como sempre, o visual é colorido e com cenas de ação empolgantes, uma marca do estúdio.

Na coletiva de imprensa que se seguiu à exibição, o diretor Kirk De Micco explicou que a ideia original era falar da primeira família moderna, “do que nos torna nós mesmos, por que estamos juntos e por que vivemos”. Chris Sanders acrescentou: “Os personagens não têm empregos, nem uma agenda. Você pode ir ao básico: do que se trata a vida?”. Nicolas Cage disse que, quando viu os desenhos do seu personagem, pensou: “Espero não ter essa aparência!”. Ele continuou: “O que gosto da relação que temos no filme é que muitas famílias podem entender. As transformações que os Croods enfrentam são engraçadas e calorosas”.

Cena do filme coreano 'Nobody's daughter Haewon', que concorre ao grande de prêmio do Festival de Berlim em 2013
Cena do filme coreano ‘Nobody’s daughter Haewon’, que concorre ao grande de prêmio do Festival de Berlim em 2013 (VEJA)
Catherine Deneuve em cena do filme francês 'Elle s'en Va', que concorre ao Urso de Ouro no 63º Festival de Berlim
Catherine Deneuve em cena do filme francês ‘Elle s’en Va’, que concorre ao Urso de Ouro no 63º Festival de Berlim (VEJA)
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Respiro na competição – Depois de tanto sofrimento na tela, é um alento assistir a Nobody’s Daughter Haewon (Haewon, filha de ninguém, na tradução literal do inglês), de Hong Sangsoo, exibido na manhã desta sexta em sessão de imprensa. Haewon (Jung Eunchae) é uma universitária que estuda cinema e fica deprimida com a partida da mãe para o Canadá, onde também mora seu irmão. Acaba ligando para seu professor e amante Seongjun (Lee Sunkyun), um homem casado. Os dois topam por acaso com colegas de classe e o caso é descoberto. Andando pela cidade, Haewon encontra conhecidos e desconhecidos, num misto de delírio e sonho com realidade.

Sangsoo é conhecido por sua grande presença em festivais, especialmente Cannes, que recebeu Hahaha (2010), The Day He Arrives (2011) e In Another Country (2012). Como sempre, o cineasta roda em preto e branco e conta basicamente a mesma história, de gente de cinema metida em relacionamentos complicados, com uma câmera que se aproxima e se afasta dos personagens e mexe lateralmente em movimentos rápidos. Ele normalmente é comparado com Woody Allen e Eric Rohmer. Aqui, faz uma clara homenagem a Charlotte Gainsbourg, contando com uma participação de sua mãe, Jane Birkin, e com a música de Tristão e Isolda, de Richard Wagner, tocada em Melancolia, filme de Lars Von Trier estrelado pela atriz.

Elle s’en Va (Ela se vai, na tradução literal do francês), da francesa Emmanuelle Bercot, é uma adorável homenagem ao cinema do passado, em especial a Catherine Deneuve – o papel foi escrito especialmente para ela, e a câmera está claramente enamorada da atriz. Sua personagem é Bettie, uma mulher de 60 e poucos anos que, abandonada pelo amante e enfrentando problemas para manter seu restaurante, surta e sai de carro pelo país. No caminho, encontra várias personagens, como um grupo de mulheres bebendo num bar, um rapaz mais jovem com quem passa uma noite e um segurança que a deixa dormir dentro de uma loja (todos interpretados por atores não-profissionais).

Ela também se aproximado neto Charly (Nemo Schiffman, filho da diretora), depois de a filha Muriel (a cantora Camille), com quem Bettie tem uma relação difícil, pedir para a mãe levá-lo até a casa do avô. Apesar de ser uma mulher madura, Bettie e outros personagens comportam-se às vezes como crianças. Melancólico, mas otimista, o filme fala da passagem do tempo e, principalmente, que, por mais difícil que seja, nunca é tarde para recomeçar e muito menos para viver.

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