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Feira do Livro de Turim convida editora neofascista e gera revolta

Museu do Holocausto ameaçou cancelar participação no evento caso o estande da Altaforte seja mantido

Por AFP 8 Maio 2019, 11h11

A presença de um estande da editora abertamente neofascista Altaforte na Feira do Livro de Turim, que se inicia nesta quinta-feira, provocou uma forte polêmica na Itália e um debate sobre a pertinência de boicotar o evento ou não.

Associado ao movimento neofascista CasaPound, a principal participação da Altaforte no evento literário de Turim é um livro de entrevistas do ministro do Interior italiano e líder da extrema-direita Matteo Salvini, “Eu sou Salvini”, assinado pela jornalista Chiara Giannini.

“Estávamos preparados para as polêmicas, mas não neste nível tão alucinante de crueldade. Alguns anunciaram claramente na internet que virão a Turim para lançar coquetéis Molotov contra nós”, reclamou o diretor da Altaforte, Francesco Polacchi.

 

 

“Tudo isso por um livro sobre um político apoiado por um de cada três italianos”, acrescentou, nesta terça, em entrevista ao jornal italiano La Stampa, o editor – que se declara abertamente fascista e não titubeou ao classificar Benito Mussolini como o “melhor homem de Estado italiano”.

Salvini foi consultado sobre a polêmica e defendeu o confronto de ideias. “Acho que cultura é cultura, venha de onde vier. Quando há ideias diferentes, é bom confrontá-las. Não não sou eu quem organiza e quem convida”.

“Eu sou antifascista, anticomunista, antirracista, antinazista, todos os ‘anti’ possíveis, e não falo de futebol”, acrescentou, em tom jocoso.

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Vários editores e autores protestaram contra a presença da Altaforte na feira. Alguns, como o coletivo de escritores italianos Wu Ming e o caricaturista Zerocalcare, anunciaram que vão boicotar o evento, um dos mais importantes do setor editorial italiano.

Em carta dirigida na segunda ao comitê organizador, uma sobrevivente do Holocausto e o diretor do museu de Auschwitz, Piotr Cywinski, pediram a retirada do estande da Altaforte. Caso contrário, afirmaram que também cancelarão sua participação.

Já o editor Stefano Mauri confirmou presença, justificando sua escolha com a declaração de que “prefere combater a ignorância com bons livros”.

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