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Eric Clapton faz show hoje no Estádio do Morumbi (SP)

Por Da Redação
12 out 2011, 10h35

Por AE

São Paulo – Se o negócio era sofrer, como diziam os negros que faziam blues naqueles anos 60, Eric Clapton sempre esteve em um bom caminho. Aos 9 anos, sentiu tremer sua casinha em Ripley, na Inglaterra, quando soube tudo de uma vez só: sua mãe não era sua mãe, mas sua avó. Seu pai não era o marido de sua avó e aquela moça que ele chamava de irmã era, na verdade, sua mãe. O pai verdadeiro, nunca conheceu. O moleque pirou e foi parar em mundo sinistro de onde, talvez, nunca tenha voltado por inteiro. Quando um violão caiu em suas mãos, não deu outra.

Juazeiro da Bahia, uma década antes. João Gilberto sabia bem quem eram seu pai e sua mãe. Eles é que às vezes não sabiam o que era o filho. João ficava bravo com quem pisava nas formigas, conversava com as árvores, não era de namorar e adorava ir para a orla do Rio São Francisco ouvir o som das lavadeiras perto da ponte que levava a Petrolina. Caladão, mas travesso, foi parar em um mundo que parece só dele e do qual se recusa a voltar por inteiro. Quando um violão caiu em suas mãos, não deu outra.

Pois João é o novo ‘bluesman’ predileto de Eric Clapton. Ao falar do brasileiro, o inglês mostra a empolgação das entrevistas que dava quando falava de Muddy Waters e Howlin’ Wolf, nos anos 60. João Gilberto se tornou seu sonho de consumo. “Ele é fantástico. Mas também sei quanto é difícil de ser encontrado”, disse em entrevista ao Jornal da Globo, há uma semana. Clapton, que faz show hoje no Estádio do Morumbi, quer gravar ou pelo menos tocar com João Gilberto. Seu disco “Reptile”, de 2001, já fazia reverências ao jeito de o baiano puxar as cordas do violão na faixa título do disco. “Reptile”, disse Clapton, havia sido criada logo depois que o guitarrista assistiu a um show de João Gilberto em Londres.

Eric Clapton só precisa ligar para as pessoas certas e parar de falar sobre João aos jornalistas. O encontro entre o inglês que mudou a guitarra e o baiano que revirou o violão pode estar mais perto do que se imagina. À reportagem, Claudia Faissol, mulher de João Gilberto, fala pelo cantor. “Adoramos Clapton, mas ninguém da produção dele entrou em contato com a gente. João é difícil, mas eles têm de me ligar para que armemos o encontro. O que João não gosta é de saber das coisas pela imprensa.”

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Enquanto Clapton se curva ao violão de João, daria para imaginar o baiano ouvindo “Layla” e “Cocaine”? Sim, diz Claudia. João Gilberto não foi aos shows de Clapton no Rio de Janeiro, no fim de semana, mas mandou Claudia registrar o que podia com uma filmadora. “Ele pediu para eu filmar. João tem muito respeito pela música dele.” A chance mais plausível para o encontro seria nos shows que João fará para comemorar seus 80 anos – mas nada é certo. A data paulista do show é 5 de novembro, na casa Via Funchal. “Pode, sim, acontecer. Você tem meu telefone, é só passar para a produção de Clapton se eles te procurarem”, disse ao repórter. A oportunidade seria quase única. Afinal, é mais fácil Clapton vir a João do que João ir a Clapton.

Aos 66 anos, Clapton chega a São Paulo para fazer, no Morumbi, uma apresentação tomada em mais da metade pelo blues. A música que o salvou, como ele sugeriu em sua autobiografia de 2007, virá em estado bruto por nove vezes em sua lista de 16 canções. “Reptile”, aquela que faz a referência mais direta ao ídolo brasileiro, não está na lista. Mas os fãs de blues e de Clapton, que não necessariamente precisam gostar de João Gilberto, sairão saciados por longos solos e poucas palavras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Eric Clapton – Estádio do Morumbi. Hoje, 21h (abertura 16h). R$ 140 / R$ 650. https://www.livepass.com.br

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