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Em ‘Roda Viva’ inédito, Joana D’Arc reafirmou que entrou na Unicamp aos 14

Programa foi gravado há cerca de três semanas, mas produção decidiu não levá-lo ao ar após inconsistências na história contada pela professora

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 Maio 2019, 14h15 - Publicado em 15 Maio 2019, 13h45

Uma edição do programa de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura, chegou a ser gravado com Joana D’Arc Félix de Sousa, há cerca de três semanas, mas não foi levado ao ar por causa de inconsistências na história contada pela professora sobre sua trajetória. Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo publicada na terça-feira 14 afirma que o diploma que a pesquisadora apresentou como comprovante de seu pós-doutorado na Universidade de Harvard é falso e que, ao contrário do que ela contou algumas vezes, não começou a estudar na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aos 14 anos, mas sim aos 19.

Em entrevista a VEJA, o apresentador do Roda Viva, Ricardo Lessa, diz que a pesquisadora reafirmou, durante o programa, que tinha ingressado na Unicamp aos 14 anos – algo que depois foi negado pelo reitor da universidade, Marcelo Knobel. “O reitor é membro do conselho da TV Cultura. Liguei para ele e pedi confirmação dessa história. Ele puxou a ficha dela e verificou que ela tinha nascido em 1963 e entrou na universidade em 1983, alguns meses antes de completar 20 anos”, diz Lessa.

Joana D’Arc concluiu graduação, mestrado e doutorado na área de química na Unicamp. Dá aula desde 1999 na Escola Técnica Estadual Professor Carmelino Corrêa Júnior, em Franca, interior de São Paulo. Chamou a atenção por sua trajetória – de infância pobre a pesquisadora respeitada. “Ela não precisava enfeitar tanto o currículo com informações que não são verdadeiras”, diz Lessa.

Confira abaixo sua entrevista:

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Vocês já tinham gravado o programa? A história dela tinha viralizado nas redes sociais, então convidamos. A gente chegou a gravar com ela, sim, numa quinta-feira, há cerca de três semanas. Eu tinha algumas dúvidas porque a Renata Cafardo (repórter do Estadão que assina a reportagem, junto com Felipe Resk) costuma ser nossa convidada quando o assunto é educação e ela me disse que tinha levantado algumas histórias sobre a professora e, por isso, preferia não ir. Não tive tempo de checar as informações, então decidimos fazer a entrevista, também para nos certificarmos se as informações batiam.

E quando decidiram não levar ao ar? Minha primeira pergunta no programa foi se ela realmente tinha ingressado na Unicamp aos 14 anos e ela sustentou isso. O reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, é membro do conselho da TV Cultura. Liguei para ele e pedi confirmação dessa história. Ele puxou a ficha dela e verificou que ela tinha nascido em 1963 e entrou na universidade em 1983, alguns meses antes de completar 20 anos. Era uma questão decisiva para saber se a gente deveria colocar a entrevista no ar ou não. Decidimos que não dava para colocar no ar.

Houve outra questão que colocou em dúvida a história que ela contava? Os prêmios. Fui olhar o currículo dela na plataforma Lattes e vi que a maioria das coisas que ela cita como prêmios científicos não são prêmios, na verdade. São participações em feiras e congressos, Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Franca, esse tipo de coisa. Ela disse em outras ocasiões que tinha ganhado mais de cinquenta prêmios. Quando gravou o Roda Viva, disse que tinha aumentado, que eram 108 prêmios. Pensei: ‘Ih, caramba’. A história ficou mais duvidosa ainda.

Qual foi sua impressão sobre a Joana D’Arc quando gravou o programa? Ela foi muito envolvente, muito simpática. Realmente tem uma história de vida comovente, todos ficaram muito impressionados. Ela não precisava enfeitar tanto o currículo com informações que não são verdadeiras.

E agora o programa caiu mesmo, sem possibilidade de vocês regravarem e tratarem das revelações? Não, não, não tem mais chance de isso acontecer.

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