Em cartas, Jacqueline Kennedy fala sobre ambição e morte do marido
Em documentos revelados pelo jornal 'The Irish Times', a ex-primeira dama americana compara John Kennedy a Macbeth, personagem de Shakespeare
Jacqueline Bouvier Kennedy teve 14 anos de sua correspondência com um padre irlandês reveladas pelo jornal The Irish Times. A publicação teve acesso aos documentos e publicou na terça-feira alguns trechos das cartas, enviadas entre 1950 e 1964 pela ex-primeira dama dos Estados Unidos, mulher de John Kennedy, assassinado em 1963. O arquivo de cartas destinadas ao padre Joseph Leonard será leiloado em 10 de junho na Irlanda e seu preço pode ultrapassar 1 milhão de euros, cerca de 3 milhões de reais, segundo a casa de leilões Sheppard’s Irish Auction House.
Em uma carta enviada em julho de 1952, pouco mais de um ano antes de seu casamento com Kennedy, Jacqueline fala sobre o tempo passado ao lado do político, responsável por dar a ela “uma visão surpreendente dos políticos – eles realmente são uma espécie à parte”, dizia ela. Em outro trecho, ela afirma que a ambição de Kennedy era comparável à de Macbeth, general criado por William Shakespeare tomado pela sede pelo poder.
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Jacqueline também fala do relacionamento com Kennedy, dizendo temer que ele fosse afeito demais a conquistas, como o pai dela, John Vernou Bouvier. “Ele se parece com meu pai, de certa forma – ama a conquista e fica entediado com a vitória – e uma vez casado precisa de provas de que ainda é atraente, então flerta com outras mulheres e se ressente de você.”
Após o assassinado do marido, Jacqueline diz ao padre que ficou “amarga com Deus” e estava com dificuldades de encontrar conforto em sua tradicional fé católica. “Deus vai ter que me dar algumas explicações se eu o encontrar um dia”, escreve. Apesar de sua vida atrair atenção de muitos curiosos, Jacqueline morreu em 1994 sem deixar planejado um livro de memórias ou uma autobiografia.