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Elomar faz apresentação com filho João Omar em SP

Por Da Redação
3 fev 2012, 10h20

Por AE

São Paulo – A Bahia, que deu “régua e compasso” e a bossa nova de João Gilberto também gerou outro gênio recluso: Elomar Figueira Mello. De lá do sertão profundo, das margens do Rio Gavião, ele vem mais uma vez à cidade grande, pela qual sente aversão (não exatamente São Paulo, mas qualquer metrópole), para outro concerto ao lado do filho, o violonista João Omar, domingo no Auditório Ibirapuera.

São Paulo é a cidade onde a música rara de Elomar melhor se projetou, e talvez a única “cantada” por ele, servindo de cenário de passagens de suas óperas, como “O Retirante”, “O Peão Mansador” e “A Carta”. Uma de suas obras-primas, “Chula no Terreiro”, tem um personagem retirante que morre atropelado na capital paulista, quando distraidamente atravessa a rua olhando para a Lua.

A épica “Chula” não está prevista no roteiro do concerto de domingo, que tem peças inéditas e outros clássicos, como “Campo Branco”, “Cantiga de Amigo”, “A Função” e “Na Estrada das Areias de Ouro”, esta com participação da cantora Alba Graça Marabelli. O concerto é também uma homenagem a Marcus Pereira – publicitário e pesquisador musical paulista que criou uma importante gravadora independente na década de 1970 e distribuiu o clássico LP duplo “Na Quadrada das Águas Perdidas”, de Elomar, em 1979 – e se estende a Luiz Gonzaga (1912-1989).

Algumas das inéditas estarão no álbum “Riachão do Gado Brabo”, que inclui árias de óperas de sua autoria e marca a volta de Elomar ao disco, depois de muitos anos. Seu registro mais recente é “Cantoria 3”, de 1995. Em 2006 ele regravou apenas três canções, incluídas entre poemas e depoimentos para um CD que acompanha o livro “Tramas do Sagrado – A Poética do Sertão de Elomar”, de Simone Guerreiro (Editora VentoLeste). O novo álbum já teve metade das músicas gravadas em estúdio montado na Fundação Casa dos Carneiros, criada para cultivar a obra do autor numa fazenda em Vitória da Conquista (BA), e deve ser concluído ainda este semestre.

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Elomar não dá entrevistas, não permite que se fotografe ou grave suas apresentações. Essa é uma das cláusulas de seu contrato. “Já perdemos muitas propostas de concertos e outros produtos – como também cinema com propostas de longa com imagens de Elomar -, programas de TV, seriados, por conta disso”, diz sua produtora e assessora Rossane Nascimento.

Em texto antológico para a contracapa de seu primeiro LP, “…Das Barrancas do Rio Gavião” (1973), o poeta bossa-novista Vinicius de Moraes (1913-1980) o chamou de “príncipe da caatinga” e até considerou irônico que ele tivesse “mar” no nome. Elomar vive no campo, onde lida com atividades rurais, compõe e escreve romances e roteiros para cinema. Como seu pai já dizia no início da década passada, lá também chegou “o lixo cultural, estético e espiritual”, via televisão. Porém, ele ainda encontra harmonia entre os sertanejos, silêncios e cantos de pássaros. Agora escreve o ensaio “A Era dos Grandes Equívocos”, análise crítica e filosófica sobre o século 20. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Elomar – Auditório Ibirapuera (Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº, Portão 2 do Parque do Ibirapuera). Telefone (011) 3629-1014. Dom., às 19 h. R$ 10/ R$ 20.

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