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“Eletrônica é um processo, não um gênero”, diz dupla francesa Justice, que toca no Sónar

Antes de tocar no festival, grupo fala sobre o novo disco, 'Audio, Video, Disco'

Por Carol Nogueira
9 Maio 2012, 09h51

Quando a dupla francesa Justice lançou o seu primeiro disco, (que ficou conhecido como Cross), em 2007, instituiu o electro rock como o que havia de mais moderno e atual na música eletrônica. Num passe de mágica, os alto-falantes de todos os clubes do mundo soavam músicas semelhantes e todas as bandas queriam ser Gaspard Augé e Xavier de Rosnay. Mas os anos passaram e o grupo ficou meio sumido. O electro rock logo ficou datado e acabou substituído por outros gêneros. No ano passado, o Justice reapareceu e lançou seu segundo álbum, Audio, Video, Disco. No cardápio, músicas bastante semelhantes às antigas. Só que, dessa vez, nada soava extremamente inovador. Quem esperava que o Justice voltaria para subverter a ordem e avivar a música eletrônica (sem graça) feita hoje, se enganou.

Augé diz que ele e Rosnay evitam ser contaminados pela produção atual. “Não temos TV nem rádio”, afirma. Mas, então, isso quer dizer que a dupla não gosta de tecnologia? Segundo ele, não. Há alguns anos morando em países diferentes – Augé continuou em Paris, mas Rosnay se mudou para Londres com sua família – a dupla faz músicas basicamente a distância, pelo computador. “Para nós, a música eletrônica é só um processo.”

Segundo Augé, a ideia do grupo era exatamente “não se reinventar a qualquer preço”. “Ainda estamos traçando o mesmo caminho”, disse o músico ao site de VEJA, antes de voltar a São Paulo para um show no festival Sónar, neste sábado, no Anhembi. A última passagem do grupo pelo país havia sido em 2008.

Leia a entrevista.

Audio, Video, Disco é bem diferente da música eletrônica feita hoje. Por quê? Não sabemos muito sobre a música eletrônica feita hoje, e nunca soubemos, porque essa não é nossa maior influência. Para nós, a música eletrônica é só um processo, não um gênero. Não temos TV nem rádio. Mas sentimos que a música pop nos atrai menos hoje do que há alguns anos. Não temos muito tempo para ver outras bandas ao vivo, mas assistimos recentemente aos shows dos grupos Metronomy e Rapture e gostamos. Conhecemos algumas coisas que estão acontecendo agora, claro, como a moda do dubstep. Gostamos da energia desse estilo, mas não vemos sentido em pular no trem do dubstep. Ainda temos as mesmas influências e obsessões que tínhamos no primeiro disco e não vamos nos reinventar a qualquer preço. Ainda estamos traçando o mesmo caminho, de uma forma um pouco diferente.

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No que vocês se inspiram? A nossa música não é inspirada nas nossas próprias vidas. Mas é por isso que é tão excitante fazer uma música que é maior do que a vida. Nosso som é feito por dois nerds num porão e, de uma maneira estranha, há uma certa universalidade emocional nela, que evoca algo maior. Ainda queremos fazer músicas que coloquem a emoção acima de tudo, que sejam românticas e épicas.

No clipe de Civilization, o Cristo Redentor aparece. Foram vocês que escolheram? Nós mesmos escolhemos todos os elementos do vídeo. Queríamos pegar estátuas icônicas que fossem reconhecidas facilmente e fossem evocativas. Gostamos de imagens que falam por si. Por isso, adotamos como nossa identidade a pureza estética da cruz. Sem nomes, sem rostos. Somente a cruz.

Como foi a passagem da banda pelo Brasil, em 2008? Temos bons amigos em São Paulo, que cuidaram muito bem da gente. Adoramos a variedade de cenários do Rio, a cidade é muito épica, muito inspiradora.

Como são os shows novos? Nossas atuais performances são metade violência, metade emoção. É bem parecido com o nosso show antigo, mas com algumas surpresas. Queríamos fazer essas melhorias visuais há algum tempo. Fica divertido e transforma a visão artística do Justice. Não queríamos colocar vídeos, lasers, nada disso. Só alguns truques teatrais. O ponto alto do show é Audio, Video, Disco, quando as pessoas cantam o refrão. Ficamos felizes em ver que o nosso novo material já chegou ao coração das pessoas.

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