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Eles ficam calminhos: Bubble Fidget Toys viram febre entre as crianças

A novidade é também um presente para os pais, já que proporciona relaxamento aos pequenos e tranquilidade aos adultos

Por Matheus Deccache Atualizado em 4 jun 2024, 13h22 - Publicado em 23 jul 2021, 06h00

O plástico-bolha, assim como muitas outras invenções, é resultado de um acidente. Em 1957, ao tentar produzir um papel de parede que fosse texturizado e de fácil limpeza, os engenheiros Marc Chavannes e Alfred Fieldings acabaram criando uma forma lúdica de reduzir o stress — além, é claro, de colocar no mercado um produto que protege artigos frágeis de risco ou quebra durante o processo de transporte. Mais de meio século depois, passar um tempo estourando as pequenas bolhas de ar prensadas continua a ser uma atividade relaxante, capaz de descansar a mente. E a nova febre de diversão entre a criançada parece contar com os mesmos atributos. Compactos, coloridos e de diversos formatos, os Bubble Fidget Toys estão incluídos na categoria dos brinquedos sensoriais, como são chamados aqueles que estimulam os sentidos, e que têm por finalidade acalmar os pequenos. Para a felicidade dos pais, eles caíram no gosto das crianças e já figuram entre os itens infantis mais vendidos do mundo.

De acordo com dados do Google Trends, a procura pelo termo “fidget toys” na categoria de compras vem crescendo no mundo desde novembro do ano passado. No Brasil, o interesse pelo brinquedo apareceu mais tarde, em meados de maio de 2021, mas desde então não para de aumentar. Segundo dados do Buscapé, site de pesquisa de preços e centro de comércio virtual, houve um aumento de 215% na busca pelos brinquedos sensoriais de maio para junho. No gigante de comércio eletrônico Shopee, os números são relativos a um período um pouco maior, de janeiro a junho de 2021. O aumento médio mensal foi de 160% nas vendas dos Bubble Fidget Toys, com mais de 1 200 anúncios relacionados ao item.

Coberto por bolinhas que fazem som de estouro ao serem apertadas, o brinquedo tem o mesmo efeito anti-­stress gerado pela manipulação do plástico-bolha. Para recomeçar a apertar as bolhas, basta virar a peça de lado. Portanto, é possível passar longos minutos, ou até mesmo algumas horas, divertindo-se com a atividade. É justamente por isso que são chamados, em inglês, de fidget toys. Em tradução livre, seria algo como brinquedos de inquietação e, na interpretação mais correta, brinquedos para relaxamento.

arte Fidget Toys

A base por trás desse conceito sustenta-se em dois pontos. O primeiro é a sensação agradável proporcionada pelo toque aliada ao descanso da visão obtidos por meio do equilíbrio de cores das peças. O segundo é o estímulo à realização de movimentos repetitivos, ação capaz de interromper o permanente fluxo de pensamentos, dando uma pausa à mente. Pode-se chegar a um estado de abstração tão grande que o mundo em volta parece não existir. “Adoro ficar apertando meus brinquedos o tempo inteiro”, diz Malu Fernandes, de 9 anos. “Faço brincadeiras diferentes e relaxo”, conta a menina, que divide a diversão com a irmã Melissa, de 7 anos. Além disso, há benefícios periféricos, como o desenvolvimento da coordenação motora, da noção de perspectiva, do plano cognitivo e do foco. “E por serem objetos pequenos e compactos, a criança precisa aprender a controlar sua força, o que aprimora a coordenação motora grossa e fina, ligada à precisão”, diz a pediatra Renata Aniceto, integrante da Sociedade Brasileira de Pediatria.

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Não é de hoje que os Fidget Toys encantam as crianças. Quebra-cabeças e cubos mágicos, por exemplo, entram na categoria pelo fato de terem propriedades sensoriais que auxiliam no desenvolvimento cognitivo e estimularem a conclusão por meio da repetição. Um dos sucessos recentes entre essa modalidade foi o fidget spinner, responsável por cerca de 20% das vendas de brinquedos nos Estados Unidos em 2017. Do ponto de vista de comportamento, o único alerta a ser feito em relação aos brinquedos diz respeito ao risco do consumo exacerbado. “Eles podem se tornar objetos indispensáveis e as crianças passarem a desejá-los cada vez mais, em diferentes versões”, aponta a psicóloga infantil Ceres Araujo. O impulso para a compra, portanto, deve ser refreado pelos responsáveis, até para não transformar algo bom em mais uma fonte de dor de cabeça. Depois de passar um ano e meio de pandemia trancados em casa com crianças inquietas, os pais, afinal, também merecem descanso.

Publicado em VEJA de 28 de julho de 2021, edição nº 2748

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