Editora afirma que Marlowe é coautor de três obras de Shakespeare
A Oxford University Press garante que as três peças do bardo sobre o rei Henrique VI contaram com a colaboração do outro poeta
A editora Oxford University Press, do Reino Unido, garante que o dramaturgo Christopher Marlowe é o coautor de três obras de teatro sobre o rei Henrique VI que, até agora, eram atribuídas somente a William Shakespeare, informou nesta segunda-feira a emissora BBC.
Desde o século 18, existe a suspeita de que o bardo de Stratford-upon-Avon não foi o único autor de três obras, apesar dessa hipótese nunca ter sido comprovada. No entanto, as investigações de especialistas agora confirmaram que a contribuição de Marlowe para os textos foi “importante e suficientemente evidente”, declarou à BBC Gary Taylor, da Oxford University Press.
Por isso, os dois escritores aparecerão a partir de agora juntos nos títulos de crédito das três partes da obra de teatro Henrique VI. Os volumes estão em New Oxford Shakespeare, uma coleção de todas as obras do escritor inglês, cuja colaboração com outros autores é mais extensa do que se acreditava até agora, segundo ressaltaram os 23 acadêmicos nacionais e internacionais envolvidos no projeto. Os especialistas afirmam que Shakespeare contou com a ajuda de outros autores em dezessete das 44 obras presentes na coleção.
O assunto, no entanto, não está totalmente fechado, advertiu Carol Rutter, professora de estudos sobre Shakespeare na Universidade de Warwick. “Ainda há gente que deve ser convencida. Não acredito que pelo mero fato de (a Oxford University Press) colocar seu selo sobre um título de crédito, a maioria das pessoas vai dar por liquidado o assunto”, disse Rutter.
A especialista reconheceu que o bardo escreveu em colaboração com várias figuras do teatro da época, mas opinou que seria “uma surpresa” que entre elas estivesse Marlowe. “O motivo é que, quando essas obras estavam sendo escritas, Marlowe era o dramaturgo mais famoso. Por que ele iria aceitar colaborar com um escritor que ainda não era ninguém?”, argumentou Rutter.
(Com agência EFE)