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Datas: Sidney Poitier, Andrew Jennings e Vanna Piraccini

O primeiro negro a levar o Oscar de melhor ator, o jornalista que denunciou cartolas corruptos e a fundadora da Livraria Leonardo da Vinci

Por Da Redação Atualizado em 17 jan 2022, 17h34 - Publicado em 14 jan 2022, 06h00

Com Uma Voz nas Sombras, de 1963, Sidney Poitier foi o primeiro negro a levar o Oscar de melhor ator. Ele emprestou seu suave carisma a Homer Smith, um pedreiro desempregado que, durante uma viagem, encontra em uma fazenda remota nos Estados Unidos um grupo de freiras alemãs que vê nele um enviado dos céus para construir uma igreja na região desértica. Em 1967, estrelaria No Calor da Noite, o primeiro vencedor da estatueta de melhor filme com um protagonista negro e uma trama de teor racial — a trajetória de um detetive chamado a desvendar um caso numa cidade habitada por racistas. Naquele mesmo ano, faria sucesso com o adorável Adivinhe Quem Vem para Jantar, como o namorado de uma moça branca que o apresenta à família.

Seus personagens transformavam a raiva reprimida em respostas quase sempre silenciosas e determinadas, sem violência alguma — não por acaso, para as lideranças antirracistas americanas mais radicais, Poitier foi inúmeras vezes acusado de ser um “negro de alma branca”. Ele seguiu em frente para provar que tinha feito a boa escolha, ao pavimentar Hollywood aos negros. No Brasil, foi eternizado por um clássico das matinês e das sessões da tarde na TV Globo nos anos 1970 e 1980 — Ao Mestre, com Carinho. Ele morreu em 6 de janeiro, aos 94 anos, em Los Angeles, de causas não reveladas pela família.

O inimigo dos cartolas corruptos

O jornalista Andrew Jennings foi um dos responsáveis por denunciar os escândalos de corrupção dos cartolas do Comitê Olímpico Internacional e da Fifa. Em 2015, a partir das revelações meticulosas do escocês Jennings, o FBI deflagrou uma investigação — conhecida como Fifagate — que culminaria na prisão de diversos dirigentes acusados de malversação. No Brasil, ele teve três livros lançados: Os Senhores dos Anéis — Poder, Dinheiro e Drogas nas Olimpíadas Modernas (Editora Best Seller), Jogo Sujo — O Mundo Secreto da Fifa e Um Jogo Cada Vez Mais Sujo (ambos pela Panda Books). Jennings morreu em 8 de janeiro, aos 78 anos, em Londres, de causas não reveladas.

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A casa da inteligência carioca

REFERÊNCIA - Vanna, da Leonardo da Vinci: a intelectualidade do Rio -
REFERÊNCIA - Vanna, da Leonardo da Vinci: a intelectualidade do Rio – (Mônica Imbuzeiro/Agência O Globo)

A Livraria Leonardo da Vinci é um marco indelével da cultura do Rio de Janeiro. Fundada em 1952 pela italiana Vanna Piraccini e seu marido, o romeno Andrei Duchiade, começou a funcionar em um prédio na Avenida Presidente Vargas. A partir de 1956, foi transferida para o subsolo do Edifício Marquês do Herval, perto da Cinelândia, que acabara de ser inaugurado. Rapidamente se transformou em ponto de atração para os intelectuais cariocas, ávidos por consumir livros estrangeiros que só a Da Vinci tinha, ponto de eterno renascimento das boas ideias. Carlos Drummond de Andrade, um de seus mais amorosos frequentadores, dedicou a ela um poema, em 1973: “A vida chega aqui / filtrada em pensamento / que não fere; no enlevo / tátil-visual de ideias / reveladas na trama / do papel e que afloram / aladamente e dançam / quatro metros abaixo / do solo e das angústias (…)”. Em 1996, a livraria passou a ser gerenciada pela médica Milena Duchiade, filha do casal fundador. Em 2015, foi comprada pelo livreiro Daniel Louzada, seu atual proprietário. Vanna morreu aos 95 anos, em 9 de janeiro, no Rio, de causas naturais.

Publicado em VEJA de 19 de janeiro de 2022, edição nº 2772

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