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Datas: James Rado, Leonardo Del Vecchio e Bernard Stolar

O compositor de 'Hair', o inovador dos óculos e o rei da brincadeira

Por Da Redação Atualizado em 1 jul 2022, 14h26 - Publicado em 1 jul 2022, 06h00

“Quando a lua estiver na sétima casa / e Júpiter alinhar-se com Marte / então a paz guiará os planetas / e o amor dirigirá as estrelas.” Para a geração de jovens adultos do fim dos anos 1960, o refrão inicial de Aquarius, o hino instantâneo da peça Hair, teve o dom de um manifesto. O musical estreou timidamente nos palcos espremidos da off-­Broadway em 1967. O sucesso o transportou para a Broadway em 1968, e de lá para os corações e mentes de boa parte do mundo — no Brasil teve como uma das estrelas a ainda adolescente Sonia Braga. Depois, já nos anos 1970, viraria um magistral filme com direção do checo Milos Forman. Foi a cara de um tempo, o grito pela liberdade contra a guerra. Poucas obras de arte são tão coladas àqueles anos de revolução sexual e protestos quanto Hair.

O argumento — os conflitos de um grupo de jovens na antessala do embarque para o Vietnã — e as letras das canções são de James Rado e Gerome Ragni, que compartilhavam o trabalho e a vida sentimental. Rado quis inclusive atribuir a si mesmo o papel do caipira Claude Hooper Bukowski, recebido por uma tribo hippie de Nova York antes do alistamento militar. Contudo, como já tinha 35 anos, foi aconselhado a desistir da ideia. Em todas as montagens — nos Estados Unidos, na Europa, no Brasil da ditadura militar — Hair foi acolhido com adoração e censura, euforia e espanto. Ecoa ainda agora. “Hair chegou de jeans, roupas confortáveis e coloridas, sons, movimentos”, disse Ellen Stewart, fundadora do teatro La MaMa, de Nova York. “Hoje, se vemos pessoas de jeans em escritórios, ou em qualquer outro lugar mais sisudo, é porque Rado e Ragni abriram as portas.” Rado morreu em 21 de junho, aos 90 anos, de parada cardiorrespiratória, em Nova York.

Óculos como estilo

VIDA RECONSTRUÍDA - Del Vecchio: da pobreza como metalúrgico para o mundo dos bilionários -
VIDA RECONSTRUÍDA – Del Vecchio: da pobreza como metalúrgico para o mundo dos bilionários – (Stefania D’Alessandro/Getty Images)

Em 1961, Leonardo Del Vecchio, um ex-metalúrgico que vivia de bicos profissionais, abriu uma pequena fundição que fazia armaduras para óculos na região de Agordo, no norte do Vêneto, na Itália. Foi o começo de um império, que fez dos óculos uma peça cobiçada de moda e de Del Vecchio um dos homens mais ricos da Europa. Dono da holding EssilorLuxottica, controlava grifes incontornáveis, como a Ray-Ban, comprada de americanos em 1999, a Oakley e a Alain Mikli. Disse o estilista Giorgio Armani, parceiro de negócios: “Juntos, inventamos um fenômeno que não existia. Percebemos que os óculos, de simples objetos funcionais, se tornariam acessórios de moda indispensáveis”. Del Vecchio morreu em 27 de junho, aos 87 anos, em Segrate, na Itália.

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O rei da brincadeira

INOVADOR - Stolar: à frente da Sony e da Sega nos EUA -
INOVADOR - Stolar: à frente da Sony e da Sega nos EUA – (Sega da América/.)

Se o seu filho, ou você mesmo, andou debruçado horas a fio em um console de PlayStation da Sony ou em um Dreamcast da Sega, ponha a culpa pelo exagero e pelo vício — ou as glórias de alegria pela diversão — na conta do executivo americano Bernard Stolar. Nos anos 1990, tempo de avassaladora sequência de inovações na indústria de videogames, ele esteve à frente dos braços nos Estados Unidos das duas gigantes empresas japonesas. Era o fim do período dos fliperamas sem graça e o início da era dos games que podiam ser jogados em casa, do sofá da sala. Stolar foi o nome certo na hora certa, com sua infindável capacidade de adaptar as descobertas atreladas aos chips ao gosto popular. Ele morreu em 22 de junho, aos 75 anos, em Los Angeles, de causas não reveladas.

Publicado em VEJA de 6 de julho de 2022, edição nº 2796

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