Comissão Europeia investiga monopólio da Amazon
A organização está analisando se os contratos entre a empresa e as editoras restringem a atuação dos concorrentes
A Comissão Europeia abriu um inquérito sobre o monopólio da Amazon no mercado de e-books. O braço executivo da União Europeia está analisando as cláusulas dos contratos entre a empresa multinacional de comércio eletrônico e as editoras que restringem a oferta de condições aos concorrentes. Segundo informações do jornal britânico The Guardian, as cláusulas muitas vezes exigem que os editores divulguem para a Amazon quais são as condições oferecidas aos varejistas rivais. O inquérito da organização será focado nos e-books editados na Alemanha e na Ingaterra, os dois principais mercados europeus do gênero.
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“A Amazon tem desenvolvido um negócio bem sucedido que oferece aos consumidores um serviço completo”, disse ao jornal britânico a porta voz da Comissão Europeia Margrethe Vestager. “Nossa investigação não questiona isso. No entanto, é meu dever verificar se os arranjos da Amazon com as editoras não são prejudiciais para os consumidores, impedindo que outros distribuidores de e-book possam inovar e competir efetivamente com a empresa. Nossa investigação vai mostrar se essas preocupações são justificadas.”
A guerra da Amazon com editoras começou quando o grupo editorial Hachette se opôs à política de menor preço da empresa, detentora de 60% do mercado de e-books e de um terço da distribuição de livros impressos nos Estados Unidos. De acordo com o grupo, o site quer vender e-books a apenas 9,99 dólares, valor considerado baixo pela editora, que ainda acusa a Amazon de querer aumentar sua margem de lucro, de 30% para 50%, sobre cada volume vendido.
Em contrapartida, a Amazon soltou uma nota oficial nesta quinta-feira em que diz estar confiante de que seus acordos com os editores são legais e pautados nos melhores interesses dos leitores. “Estamos ansiosos para demonstrar isso à comissão e vamos cooperar plenamente com o processo”, disse o comunicado.
Esta não é a primeira vez que a relação entre a publicação de livros e o setor de tecnologia tem chamado a atenção da Comissão Europeia. A investigação da Amazon acontece dois anos após a o caso da Apple e de seus acordos com cinco grandes editoras, a Penguin Random House, a Hachette Livres, a Simon Schuster, a HarperCollins e a Georg von Holtzbrinck Verlagsgruppe. A gigante de tecnologia e os editores foram forçados a fazer uma série de concessões após o inquérito.