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Com melancolia, paraguaio fala da decadência de uma mulher rica

'Las Herederas', do estreante Marcelo Martinessi, é a primeira produção do país na competição do Festival de Berlim

Por Mariane Morisawa, de Berlim
16 fev 2018, 17h50

Com uma produção cinematográfica anual bastante modesta, o Paraguai emplacou pela primeira vez um filme na competição do Festival de Berlim. Las Herederas (“As herdeiras”, na tradução livre do espanhol), longa de estreia de Marcelo Martinessi, é uma coprodução entre Paraguai, Uruguai, Alemanha, Brasil, Noruega e Espanha.

A não ser por uma meia dúzia de figurantes, não há homens no filme, exibido para a imprensa na manhã desta sexta-feira e com sessão de gala à tarde, no Berlinale Palast. Chela (Ana Brun) e Chiquita (Margarita Irún) são as herdeiras do título e moram juntas há décadas, numa relação discreta. Os tempos de bonança, entretanto, ficaram para trás. A mansão está em mau estado, e suas preciosidades vão sendo vendidas pouco a pouco, dos lustres de cristal aos faqueiros de prata.

Chela está claramente deprimida, evitando encontrar pessoas. Tem vergonha e se ilude em achar que pode esconder das amigas a situação lastimável. Chiquita é mais aberta e quer pedir ajuda. Tudo vira de ponta-cabeça quando Chiquita vai presa por fraude, por suas dívidas. Chela é obrigada a sair de casa, visitando Chiquita na prisão superlotada. Em breve, vira uma espécie de motorista particular das velhinhas do bairro. Assim conhece Angy (Ana Ivanova), que renova suas esperanças e gosto pela vida.

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Las Herederas é um filme pequeno e melancólico que toca nas feridas da sociedade paraguaia. A elite encastelada em suas mansões, separada do resto do povo, não abre mão de seus luxos, mesmo na pindaíba. O carro pode estar caindo aos pedaços, mas é um Mercedes. Estão vendendo até os garfos, mas têm empregada e exigem que a bandeja com refrigerante, água, café, rosário e pílulas seja montada de uma maneira específica. A relação entre as mulheres é tratada com delicadeza. Ainda é cedo para prever, mas não é difícil de imaginar uma das atrizes, especialmente Ana Brun, levando o prêmio de interpretação feminina.

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