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Cinco choques culturais que os gringos estão enfrentando no Rio

Sungas, cafés pequenos e a paixão por novelas são alguns dos tópicos que tomaram a imprensa internacional desde a abertura dos jogos olímpicos

Por Da redação
Atualizado em 10 ago 2016, 14h48 - Publicado em 10 ago 2016, 13h38

No começo desta semana, um dos maiores jornais dos Estados Unidos, o The Wall Street Journal, publicou, em tom de choque, uma curiosa matéria sobre homens de sunga. Os americanos não parecem muito confortáveis com o fato dos brasileiros desfilarem pelas praias – ou a caminho delas – com tanta pele à mostra. Com o título Locals Are Showing Off Their Sungas on Rio’s Beaches (Nativos estão desfilando com suas sungas nas praias do Rio, em tradução livre), o texto, que também explica o porquê dos biquínis das mulheres serem tão pequenos, parece hilário para os brasileiros, como outros choques culturais que surgiram na internet desde a abertura dos jogos na sexta-feira. Até o cafezinho em seu humilde copo de plástico virou alvo de controvérsia. Confira abaixo alguns dos estranhamentos de gringos no Brasil:

As novelas mandam

Miguel (Gabriel Leone) e Olívia (Giullia Buscacio))
Miguel (Gabriel Leone) e Olívia (Giullia Buscacio) em ‘Velho Chico’ (Divulgação/TV Globo)

O futebol é uma paixão nacional. Mas até ele precisa se adequar aos horários das novelas se quiser um bom espaço na Rede Globo. Os brasileiros já aprenderam isso, mas os americanos olharam com estranhamento para o poder dos folhetins no país. “No Brasil, um popular programa de TV chamado telenovela é tão importante para os espectadores que até a Olimpíada, sediada em casa, precisou dar um passo para trás no horário nobre”, diz um trecho do texto publicado pelo jornal The New York Times nesta terça-feira. A longa matéria explica um pouco do histórico dos folhetins, dá uma dimensão do alcance da Globo e de sua concorrente Record, e avisa que algumas das competições dos jogos passarão em branco pela emissora, que não deixará de exibir suas tramas. “Sem novelas, o país para”, diz a diretora Monica Albuquerque, explicando o peso das atrações para a cultura nacional.

Sim, homens usam sunga

Banhistas aproveita, o forte calor na praia do Pepí, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, RJ
Banhistas na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, RJ (Ariel Subirá/Estadão Conteúdo/Estadão Conteúdo)

O jornal The Wall Street Journal fez um longo texto para explicar a alguns espectadores americanos, chocados com as imagens vistas na TV nos últimos dias, que, sim, os brasileiros usam sunga na praia. “A vestimenta é raramente usada nos EUA fora das competições de natação. Mas, no Brasil, a chamada sunga, é favorita para homens de todos os tamanhos e idades”, diz um trecho do texto. A matéria ainda explica que outros países da América Latina e também na Europa também usam o look, porém, com sua população de 200 milhões de pessoas, o Brasil é o principal mercado para a roupa de banho. “Os homens do Rio usam sungas não só para tomar sol ou nadar, eles usam para jogar futevôlei, praticar stand-up, surfe, ciclismo. Alguns já andam assim pelas ruas, antes de chegar à praia.” Bem-vindos ao Rio, americanos.

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O drama do café

Outro hábito brasileiro é o café de graça, servido em pequenos copos plásticos. O tamanho da bebida foi alvo de críticas da imprensa estrangeira e rendeu a um canadense um longo ataque no Twitter. O jornalista Scott Stinson, do jornal National Post, publicou na rede social uma foto e um texto reclamando do tamanho dos copinhos. “Eu sei que todo mundo já postou fotos dos copos pequenos de café nos centros de imprensa do Rio, mas sério”, diz o texto.

“Acho que sabemos um pouco mais de café do que vocês. Aprendam algo: café bom é pequeno e forte”, diz uma usuária da rede. “Portugal, Brasil e até a Itália bebem cafés em copos pequenos. Não em grandes como vocês”, “Isso porque nosso café é muito mais concentrado do que aquele negócio que parece chá que vocês bebem. Se preferir, dilua um copinho desses em água quente em uma xícara maior, então vai ficar parecido com o que você costuma tomar”, dizem outras respostas.

Em entrevista ao Buzzfeed, o jornalista canadense comentou a repercussão do post: “As pessoas têm sentimentos fortes sobre café aqui”. Em contrapartida, Jenna Bush Hager, filha do ex-presidente George W. Bush, que está no Rio para a cobertura dos jogos, se deleitou nos prazeres do cafezinho brasileiro. “Aqui o café é fresco, doce, com sabor reminiscente de nozes e uma pitada de cacau, brota como água”, diz a moça, como quem descreve os sabores de um refinado vinho. 

Brasileiros, esses barulhentos

Torcida do Brasil na partida contra a África do Sul no estádio Mané Garrincha, em Brasília
Torcida do Brasil na partida contra a África do Sul no estádio Mané Garrincha, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

Atletas e diferentes jornais estão chocados com o barulho dos torcedores brasileiros, que se comportam como se estivessem em uma importante partida de futebol… o tempo todo. O jornal New York Times fez uma matéria para analisar tal exagero. “Enquanto cada esporte possui suas regras de conduta para a torcida, que ditam quando é esperado que ela fique quieta, nada disso se aplica por aqui. Os Jogos do Rio acabaram de começar, mas a exuberância dos espectadores locais já fez atletas e árbitros implorarem por silêncio”, diz um trecho do texto. O jornal conta que esportes que exigem maior concentração, como tênis de mesa e natação, ganharam urros da torcida, muitas vezes repreendidas até pelos atletas. “Vaias e insultos são comuns nas arenas locais”, diz a agência Reuters, acalmando os esportistas que não conquistaram a simpatia dos brasileiros.

Gambiarra, sua louca

Fogos de artifício explodem durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, no estádio do Maracanã
Cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, no estádio do Maracanã (Ivan Pacheco/VEJA.com)

A festa de abertura dos jogos olímpicos no Rio foi muito elogiada dentro e fora do país, porém os gringos se depararam com uma palavra tipicamente brasileira: gambiarra. Tema do evento, a gambiarra se tornou motivo de investigação e curiosidade para os estrangeiros, que também precisaram de matérias na internet para entender seu significado. “Gambiarra, uma palavra em português que não possui equivalente no inglês, é a arte brasileira de criar coisas a partir do improviso — usando estratégias simples para reparar ou criar o que você precisa com o que você tem”, explica o International Business Time. A publicação ainda compara a palavra com a expressão em língua inglesa “Life Hacks”, que também está ligada ao improviso. Já o site do jornal britânico The Guardian foi mais sucinto, poético e estranho: “gambiarra significa contentar-se”.

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