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Chile pode investigar morte de Neruda

Declarações recentes de antigo embaixador mexicano e do motorista do poeta indicam que ele pode ter sido assassinado pela ditadura de Pinochet. Versão oficial é de que ele morreu de câncer

Por Da Redação
31 Maio 2011, 19h36

O Chile pode investigar a morte do prêmio Nobel Pablo Neruda em 1973, ocorrida dias depois do golpe de estado que instalou a ditadura de Augusto Pinochet. A investigação seria motivada pela denúncia de um assessor de que o poeta não teria morrido de câncer, e sim assassinado.

Neruda morreu em 23 de setembro de 1973 em uma clínica de Santiago por um câncer de próstata – segundo a versão oficial -, 12 dias depois do golpe de estado que derrubou e provocou a morte de Allende, um dos grandes amigos do poeta. O motorista de Neruda, Manuel Araya, denunciou recentemente que ele foi assassinado através de uma injeção no estômago às vésperas de sua viagem para o exílio no México, onde pensava se tornar um relevante opositor da ditadura de Pinochet.

Ao depoimento de Araya somou-se, neste fim de semana, a declaração dada a um veículo da imprensa mexicana pelo ex-embaixador do México no Chile, Gonzalo Martínez. Ele esteve com Neruda no dia anterior à sua morte.

Com base nas declarações do motorista e do diplomata, o Partido Comunista (PC) chileno pedindo a investigação foi apresentada ao juiz Mario Carroza – o mesmo que investiga as causas da morte do ex-presidente Salvador Allende. O advogado Eduardo Contreras, que apresentou a ação, destacou as declarações de Martínez.

Segundo Contreras, o diplomata afirma que na véspera da morte o poeta, vencedor do prêmio Nobel em 1971, conversava tranquilamente, caminhou pelo quarto, descreveu quais objetos pessoais queria levar em sua viagem ao México e expressou dúvidas em relação a deixar o país, pois disse que queria dividir o futuro com o povo.

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“Essas conjecturas, argumentações e depoimentos obrigam ética, moral e judicialmente a apresentar essa ação, porque sem dúvida Neruda no exílio teria sido algo muito difícil para a ditadura”, explicou Contreras.

Recentemente, a Fundação Pablo Neruda, que administra a obra do poeta, afirmou que “não existe evidência alguma, nem prova de nenhuma natureza que indiquem que Pablo Neruda tenha sido morto por uma causa diferente do câncer avançado que o afetava”.

(Com agência France-Presse)

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