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Chile: Justiça aceita investigar morte de Pablo Neruda

Por Da Redação
2 jun 2011, 15h46

A Justiça chilena aceitou investigar o falecimento do Nobel de Literatura Pablo Neruda. Oficialmente, o poeta morreu de câncer doze dias depois do golpe de estado de Augusto Pinochet, em 1973, que depôs seu amigo Salvador Allende. Mas denúncias feitas recentemente pelo motorista de Neruda e por um ex-embaixador do México no Chile indicam que ele pode ter sido assasinado.

O ex-motorista do escritor, Manuel Araya, hoje com 65 anos, garante ter estado com Neruda até horas antes de sua morte. E que o poeta morreu devido à aplicação, no estômago, de uma substância estranha que agravou de forma fulminante o câncer de próstata do qual sofria.

Nesta quinta-feira, o juiz Mario Carroza acolheu a acusação feita, na última terça, pelo Partido Comunista chileno, no qual o poeta militava, dando início ao processo de investigação.

O poeta – Nascido Neftali Reyes Basualto, em Parral, no sul do Chile, em 12 de julho de 1904, o escritor adotou o nome artístico Pablo Neruda antes dos 15 anos, ao criar seus primeiros versos de uma aventura literária que o consagrou como um dos principais poetas de língua espanhola. O Nobel viria muitos anos depois, em 1971, quando ocupava o cargo de embaixador do Chile na França, graças a obras como Odas Elementales, Estravagario e Confieso que He Vivido, que abasteceram de versos múltiplas antologias. Desde seus 20 Poemas de Amor (1924) até a Arte de Pajaros, a poesia de Neruda fala de temas eternos, como o cosmos, a água, o ar, as raízes históricas, os problemas sociais e os sonhos dos casais.

Ele já era uma jovem promessa literária em 1927, quando abandonou seus estudos de francês na Universidade do Chile, para percorrer o mundo. Passou por Argentina, Portugal, Espanha, França, Índia, Cingapura, Java e Birmânia, onde foi nomeado cônsul. Nessas viagens, conheceu sua primeira esposa, a holandesa Maria Antonieta Lagenaar, com quem teve sua única filha, Malva Marina, que morreu oito anos depois.

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Após o fim do casamento, em 1935, Neruda conheceu em Madri a pintora argentina Delia del Carril, 20 anos mais velha que ele, durante os longos encontros literários com Federico Garcia Lorca, Rafael Alberti e outros intelectuais espanhóis. Esse casamento duraria cerca de 20 anos. Já sozinho, em 1955 o poeta descobriu uma nova musa, a soprano chilena Matilde Urrutia. Com ela, iniciou um romance tão clandestino quanto suas atividades políticas na época, pois o Partido Comunista havia sido proscrito no Chile e Neruda foi destituído do cargo de senador em 1948.

Preso a um compromisso militante, em 1970 seu partido o proclamou candidato à presidência, mas desistiu da candidatura em favor de seu amigo e líder socialista Salvador Allende. A obra de Neruda também reflete este compromisso (Canto General, España en el Corazon), atravessando as correntes do pós-modernismo (Crepusculario), e do surrealismo (Residencia en la Tierra), além do romantismo (Versos del Capitan).

Pablo Neruda morreu em 23 de setembro de 1973, aos 69 anos, 12 dias depois do suicídio do presidente Allende, durante o sangrento golpe do general Augusto Pinochet, que se instalou no poder até 1990.

(Com agência France-Presse)

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