Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Chile começa exumação de Pablo Neruda nesta segunda

Túmulo já foi foi escavado e restos do poeta retirados. Análise vai determinar se ele morreu de câncer ou foi envenenado, como denunciou seu motorista

Por Da Redação
8 abr 2013, 02h46

Os trabalhos de escavação do túmulo de Pablo Neruda para a exumação do poeta foram iniciados neste domingo na cidade litorânea chilena de Isla Negra, onde fica a casa-museu em cujo pátio foram enterrados o autor e sua terceira esposa, Matilde Urrutia. Nesta segunda-feira, os restos mortais de Neruda retirados do túmulo começam a ser exumados a fim de esclarecer se ele morreu de câncer ou se foi envenenado por agentes da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), hipótese levantada por seu motorista e que levou o Partido Comunista chileno apresentar uma denúncia à Justiça.

A casa-museu fechou suas portas ao público antes do horário habitual, e a polícia bloqueou o acesso à sua rua. “Esta diligência é transcendental, é muito importante para estabelecer o objetivo que nós temos”, disse o juiz responsável pelo caso, Mario Carroza. O diretor do Serviço Médico Legal, Patrício Bustos, explicou que o trabalho neste domingo se centrou na retirada de toda a terra que cobre o túmulo a fim de descobrir a lápide, sobre a qual além disso foi colocada uma tenda protetora.

Esteve presente no local a equipe que participará da exumação do corpo, e que é composta por cinco peritos do Serviço Médico Legal, quatro da Universidad do Chile e quatro especialistas internacionais. Entre eles estão a toxicóloga americana Ruth Winecker e três espanhóis, o também toxicólogo Guillermo Repetto, o cirurgião Aurelio Luna e o médico legista Francisco Etxeberría, que também participou, em 2011, da exumação do presidente chileno Salvador Allende.

No procedimento da exumação, previsto para começar na manhã desta segunda, estarão presentes três observadores internacionais, além do presidente do Partido Comunista, Guillermo Teillier; o advogado da legenda, Eduardo Contreras; um sobrinho do poeta, Rodolfo Reyes, e o antigo motorista de Neruda, Manuel Araya, que foi o primeiro a levantar a hipótese do assassinato em uma entrevista.

O poeta chileno Pablo Neruda (620)
O poeta chileno Pablo Neruda (620) (VEJA)
Continua após a publicidade

Depois, os restos mortais serão levados a um laboratório de antropologia do Serviço Médico Legal em Santiago, que contará com vigilância permanente e medidas de segurança especiais, para serem submetidos a diversas análises. O diretor do órgão, Patrício Bustos, acrescentou que nesta semana os especialistas estabelecerão um cronograma de trabalho que será remitido ao juiz Mario Carroza. Consultado sobre se será necessário enviar amostras para serem analisadas em laboratórios estrangeiros, ele afirmou que “não será descartado nenhum tipo de possibilidade”.

Versão oficial – Os exames visam determinar se é certa ou não a versão oficial, segundo a qual Neruda faleceu em um hospital particular de Santiago em 23 de setembro de 1973, apenas 12 dias depois do golpe de estado de Pinochet. A causa oficial da morte foi câncer de próstata.

As dúvidas surgiram em 2011, quando seu antigo motorista, Manuel Araya, defendeu em entrevista a uma revista mexicana que o poeta tinha morrido por uma injeção recebeu naquele mesmo dia. Todas as testemunhas da época concordam que ele recebeu essa injeção, mas o fator chave está em saber se era um calmante, como se disse então, ou se continha outro tipo de substância.

(Com agência EFE)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.