Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Charlie Donlea, de ‘A Garota do Lago’, se divide entre escrita e medicina

Oftalmologista, o autor americano Charlie Donlea retoma em seu novo thriller a fórmula certeira de seu best-seller

Por Tamara Nassif Atualizado em 3 nov 2020, 18h46 - Publicado em 30 out 2020, 06h00

Há pouco mais de duas décadas, o escritor e oftalmologista americano Charlie Donlea, de 41 anos, empreende viagens aos confins canadenses para pescar com o pai. São paisagens majestosas e extasiantes, destinadas a poucos aventureiros por seu difícil acesso. “Vamos tão ao extremo que não há estradas. Só se chega lá por hidroaviões, que decolam e pousam sobre os lagos”, contou Donlea a VEJA. Graças a seu livro de estreia, A Garota do Lago (Faro Editorial), de 2016, os leitores podem vislumbrar — mesmo que só na imaginação — essas águas cristalinas, ladeadas por montanhas e casas de palafita, que inspiraram o cenário de seu thriller policial, um best-seller instantâneo e inesperado.

A trama investiga o assassinato hediondo de uma jovem estudante de direito em um casebre à beira do lago de uma pequena cidade fictícia americana, que toma emprestado o visual do vizinho Canadá. Descobrir a identidade do assassino é o que motiva o leitor a devorar as quase 300 páginas da obra lançada no Brasil em 2017. De lá para cá, ela permaneceu 64 semanas na lista de mais vendidos de VEJA, resultando em 300 000 cópias comercializadas no país — um número notável, especialmente quando comparado aos 500 000 títulos vendidos em seu país natal, os Estados Unidos.

+ Compre o livro Nunca Saia Sozinho, de Charlie Donlea

Donlea acaba de voltar às livrarias com seu quinto e novo livro, Nunca Saia Sozinho. No thriller, dois estudantes são assassinados durante um jogo macabro em um casarão. Alunos que testemunharam o crime voltam ao local e cometem suicídio. O caso é investigado por um jornalista, que narra o processo em um podcast. Nas tramas de Donlea, as vítimas mal podem descansar em paz, pois são transformadas em celebridades póstumas. “Fico pasmo com essa obsessão da sociedade pelo sensacionalismo mórbido”, alfineta o autor.

A criatividade, por assim dizer, sanguinolenta de Donlea nada condiz com seu dia a dia asséptico. Formado em medicina, ele trabalha como oftalmologista em Chicago três dias por semana e se dedica à escrita nos demais. Os conhecimentos adquiridos com a profissão podem ser vistos (ops) em detalhes de seus livros como coadjuvantes médicos e, claro, a exibição de conhecimento sobre o corpo humano. Largar o jaleco para se dedicar totalmente à escrita, porém, não está no horizonte. “Talvez após mandar meus dois filhos para a faculdade”, brinca.

Continua após a publicidade

+ Compre o livro A Garota do Lago, de Charlie Donlea

A relação com a literatura é uma história quase tão mirabolante quanto as inesperadas reviravoltas de seus textos. Até os 20 anos, não abriu um mísero romance. “Sobrevivi à vida acadêmica sem ter lido um livro”, conta ele, que hoje tira o atraso lendo de dois a três títulos por mês, entre suas tantas outras tarefas. O preconceito com a literatura foi superado quando cruzou com o suspense A Firma, de John Grisham, de 1991. A experiência de se prender a uma trama o instigou a produzir algo que causasse o mesmo efeito.

+ Compre o livro Uma Mulher na Escuridão, de Charlie Donela

Para isso, visitou clássicos do gênero e montou sua receita particular composta de personagens cativantes, especialmente mulheres fortes, suspeitos variados e culpados inimagináveis. Se o leitor acertar a identidade do assassino muito antes do fim, a missão não foi cumprida. O teste que mede sua habilidade para despistar fica sob a responsabilidade da esposa, Amy. “Ela lê 100 páginas de cada vez, e, dependendo dos chutes que faz, adapto as próximas 100.” As vendas falam por si: a fórmula caseira (e frugalíssima) funciona.

O olhar afiado para tramas de sucesso vem, segundo ele, do desejo de tirar o leitor do marasmo do cotidiano, criando histórias tensas e rocambolescas. Por isso, garante que a pandemia não será tema de suas próximas obras. “Quero que meus livros descolem o leitor dos terrores do mundo real”, diz. Seus assassinatos não entram na conta, é claro — a gente sabe que são de mentirinha.

Continua após a publicidade

Publicado em VEJA de 4 de novembro de 2020, edição nº 2711

VEJA RECOMENDA | Conheça a lista dos livros mais vendidos da revista e nossas indicações especiais para você.

CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA COMPRAR


Nunca Saia Sozinho, de Charlie Donlea

A Garota do Lago, de Charlie Donlea

Uma Mulher na Escuridão, de Charlie Donela

*A Editora Abril tem uma parceria com a Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela VEJA sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.