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‘Bruxa de Blair’ é um nauseante retorno a um filme icônico

Com muito mais câmeras balançando, sequência não tem nada de original, mas garante alguns sustos

Por Rafael Aloi Atualizado em 15 set 2016, 17h37 - Publicado em 15 set 2016, 10h26

Em 1999, A Bruxa de Blair surgiu para transformar a indústria do terror retomando um gênero até então pouco explorado no cinema, o de found footage — com cenas supostamente reais, de que o longa Holocausto Canibal chegou a se valer em 1980, mas não com tanto impacto. A produção fez um tremendo sucesso e se tornou um ícone do gênero, inspirando inúmeras produções recentes, como REC, Atividade Paranormal, Amizade Desfeita e Cloverfield. Agora, 17 anos depois, ganha uma sequência direta com o mesmo estilo do primeiro, e praticamente a mesma trama, sem novidade. Até o título, Bruxa de Blair (ou The Blair Witch, contra The Blair Witch Project, em inglês), não muda muito, perdendo apenas o artigo.

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Na tentativa de resgatar o icônico filme, o novo ignora a existência de Bruxa de Blair 2 – O Livro das Sombras, lançado em 2000, que foi um fiasco e não possui ligação direta com a história do primeiro. A trama dispensa introdução, pois já está explicada no original e consiste em apenas um grupo de jovens que entra na mesma floresta amaldiçoada, na cidade de Burkttsville e nunca mais consegue sair — apenas os seus registros audiovisuais são encontrados na mata, tempos depois. Uma trama simples e eficaz para um filme de terror.

Mas, para aqueles que preferem uma explicação mais elaborada, o roteiro do filme se passa em 2014 e acompanha James (James Allen McCune), o irmão de Heather — a protagonista do primeiro filme. Ele descobre um vídeo no Youtube que, acredita, mostra a sua irmã desaparecida há anos. Então, junto com três amigos, Lisa (Callie Hernandez), Peter (Brandon Scott) e Ashley (Corbin Reid), sai à procura do casal que encontrou a fita na famigerada floresta, e concorda em levar o grupo até o local, desde que possa acompanhá-lo.

Tudo é mais uma vez registrado por várias câmeras. Lisa tem a ideia de transformar a obsessão de James e a busca por Heather em um documentário (assim como no primeiro filme), e entrega uma pequena câmera para cada um dos seus amigos prenderem na orelha, além de pilotar um drone para registrar o que acontece na mata. O grande número de pontos de vista quebra o marasmo das duas câmeras do primeiro e traz uma melhor qualidade de imagem — afinal, a  tecnologia evoluiu muito nessas quase duas décadas –, mas tornam o filme caótico, com muitos cortes e imagens chacoalhando que chegam a cansar os olhos e deixar a cabeça tonta em muitos momentos.

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O intuito claro de Bruxa de Blair é assustar, mais do que causar medo. Há inúmeras cenas em que um personagem surge do nada na tela, seguido de um berro, apenas para fazer o espectador saltar da cadeira – e funciona. Desta vez, o terror não deixa muita coisa para a imaginação dos espectadores e mostra cenas com sangue, cortes infeccionados e mortes de alguns dos personagens em close, para dar nojo, além de chocar.

Ao contrário do filme de 1999, que aposta em um suspense gradual, Bruxa de Blair já começa em ritmo rápido, e logo na primeira noite os jovens são aterrorizados por estranhos sons e bonecos de madeira na mata. Com uma história previsível, o terror frenético se acumula no final (que chega logo, já que o longa tem apenas 90 minutos), quando o grupo chega na terrível cabana misteriosa. Com um roteiro cíclico, a bruxa (ou o que quer que seja que assombra aquela floresta) compensa a falta de originalidade com sua capacidade de assustar, mesmo que o medo passe após as luzes se acenderem.

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