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Bom elenco salva novo ‘Jogos Vorazes’ de roteiro forçado

Filme sofre ao dividir em duas partes o último livro da trama. Apesar da enrolação, saga continua sendo uma das mais interessantes no cinema de entretenimento com conteúdo

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 nov 2014, 07h35

Em tempos de bilheterias bilionárias, a regra do um é pouco, dois é bom e três é demais (quatro nem se fala), foi deixada de lado por Hollywood, que estende ao máximo um produto rentável com o intuito, óbvio, de lucrar até cansar seus espectadores. Nessa fome pela bilheteria, quem perde é o roteiro, especialmente nas atuais sagas juvenis. A nova vítima dessa exploração é Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1, terceiro filme da série, que chega aos cinemas brasileiros nesta quarta-feira em um lançamento sem precedentes, que ocupará metade das salas nacionais.

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Assim como aconteceu com Harry Potter e Crepúsculo, ambos nascidos na literatura, Jogos Vorazes, escrito por Suzanne Collins em uma trilogia, acabou estendido no cinema em quatro episódios, com o último livro, A Esperança, dividido em dois. A quebra fez a atual versão para o cinema perder o clímax encontrado pelos leitores nas páginas pensadas por Suzanne. Enquanto no livro a narrativa é instigante e não perde o fio ao desenrolar a revolução dos distritos contra a ditadura imposta pela Capital – principal cidade de Panem, país fictício que vive sob o poder do temível presidente Snow (Donald Sutherland) -, no longa o foco passa mais tempo do que deveria na protagonista Katniss (Jennifer Lawrence) e sua preparação para ser o Tordo, símbolo dos rebeldes.

A garota que passou por momentos de terror nos dois episódios anteriores, sendo obrigada a participar, por duas vezes, dos Jogos Vorazes – reality show que coloca um grupo de 24 pessoas em uma arena para que elas se matem, até que reste um sobrevivente -, agora vive à beira da loucura, com um comportamento instável e emocionalmente abalada. No novo capítulo da série, Katniss deixa de ser marionete de um governo, para cair na mão de outro, no caso da presidente Alma Coin (Julianne Moore), mandatária do Distrito 13. Em vez de um treinamento militar, a jovem é usada como garota-propaganda de Coin, com direito a vídeos políticos e uma equipe de “marqueteiros” para acompanhá-la no processo de mostrar-se forte e comandar levantes pelo país.

Nas duas horas de filme, Katniss chora, tem pesadelos, grita e pede que seu companheiro de arena Peeta (Josh Hutcherson) seja resgatado. Drama que poderia ter durado menos da metade da produção e que coloca em risco a simpatia do público pela personagem.

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A sorte da franquia é ter em seu elenco uma longa lista de bons atores, que ganha o reforço de Julianne Moore, com uma atuação brilhante. Jennifer e Sutherland fazem um ótimo trabalho como a mocinha versus o poderoso vilão, em uma dança coreografada de poder e coragem, digna de aplausos. Em um de seus últimos trabalhos, Philip Seymour Hoffman, morto em fevereiro deste ano de overdose, conduz com carisma o personagem Plutarch, que faz a ponte entre Katniss e a presidente Coin.

A direção de Francis Lawrence também se mostra eficiente. Ele assumiu as baquetas no segundo longa, Jogos Vorazes: Em Chamas, e conseguiu acrescentar emoção e uma pitada de ação ao roteiro forçado. A boa notícia para os entusiastas é que se essa parte possui falhas, espera-se que o último longa da franquia, previsto para novembro de 2015, aposte todas as cartas no que há de melhor da trama.

Mesmo com um roteiro coagido pela enrolação, a saga continua sendo uma das mais interessantes no quesito cinema de entretenimento com conteúdo. Afinal, não é todo dia que um filme adolescente une política, genocídio, referências de guerras, coragem e motivações passionais.

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