‘Blood Ties’ tem coleção de estrelas e nenhuma qualidade
Com Marion Cotillard, Mila Kunis, Clive Owen e Billy Crudup no elenco, longa de James Gray não convence no enredo e na direção
O americano James Gray, de Amantes e Os Donos da Noite, é um diretor queridinho em Cannes, e está na competição com The Immigrant. Guillaume Canet, namorado da atriz Marion Cotillard, é um dos atores do momento na França. Em um trabalho conjunto, Gray e Canet assinam o roteiro de Blood Ties (Laços de sangue, na tradução livre), com resultados pífios. O filme foi exibido para jornalistas na tarde deste domingo, fora de competição, no 66º Festival de Cannes.
O longa, que se passa na Nova York da década de 1970, é um desfile de estrelas, com Clive Owen (John Farrow, em Intrusos), Marion Cotillard (Adriana, em Meia Noite em Paris), Mila Kunis (Lily, em Cisne Negro), Zoe Saldana (Neytiri, em Avatar) e Billy Crudup (Russel Hammond, em Quase Famosos) no elenco. Frank (Billy Crudup) é um policial e seu irmão mais velho, Chris (Clive Owen), acaba de sair da prisão. Os dois vivem às turras, apesar de se amarem profundamente, e serão confrontados com situações em que terão de decidir entre fazer o certo ou salvar a pele do irmão.
Chris, ex-marido da prostituta Monica (Marion Cotillard), com quem tem dois filhos, apaixona-se por Natalie (Mila Kunis), de quem esconde seu passado. Frank prende Scarfo (Matthias Schoenaerts), marido de Vanessa (Zoe Saldana), por quem o policial sempre foi apaixonado. Mas é tanto vai e volta, tanta trama paralela na produção de longuíssimos 144 minutos, que é impossível não perder o interesse. Se o argumento já não ajuda, a direção não sabe o que fazer com ele. Assim, abusa de cenas saídas de folhetins, como casais passeando no parque ao som de músicas dos anos 1970. Um desperdício de tempo e talento.
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Aos poucos, os segredos da família que o hospeda vão aparecendo: dos maus tratos aos funcionários à educação largada das crianças. Mas, se a família não é das melhores, tampouco Borgman e sua turma, que vai chegando aos poucos e sem pedir licença. Como tantos outros filmes do norte da Europa, Borgman mostra uma profunda desesperança na humanidade. Se ninguém presta, então qual a solução? O filme, entretanto, não consegue propor nenhuma saída para o dilema.