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As farpas que voaram na Rio-2016

Os Jogos Olímpicos são momentos de celebrar a união das nações, a superação humana e o esforço empenhado por cada atleta, certo? Nem tanto assim

Por Da redação
Atualizado em 19 ago 2016, 16h37 - Publicado em 19 ago 2016, 12h39

Olimpíadas são eventos feitos de recordes, demonstrações de esforço sobre-humano e do calor da torcida, certo? Sim e não. Alguns fatos dos Jogos do Rio depõem contra essa ideia. Além de Usain Bolt e Michael Phelps, voaram pelo parque aquático, pela pista de atletismo e por outros palcos do evento farpas e alfinetes, atirados por jornalistas e comentaristas que acompanhavam as provas. Confira os principais:

 

Bruno Fratus x repórter da SporTV
Sexto lugar na final dos 50 metros livres, o nadador brasileiro Bruno Fratus deixou a piscina cabisbaixo — e irritadiço. Instado a falar como se sentia, em conversa com uma repórter de TV, Fratus disparou uma sulfurosa ironia. “Sai chateado?”, perguntou a jornalista. “Não, estou felizão, né. Fiquei em sexto. Desculpa, né, mas…tô, bastante”, disse, percebendo a patada no momento em que a disferia. A resposta do nadador foi parar nos trend topics do Twitter e dividiu opiniões. A ex-nadadora Mariana Brochado, comentarista do canal, e colega da repórter atingida, criticou Fratus: “Poderia ter só passado sem falar, não precisava ser grosso com ninguém”.

 

 

Daniele Hypólito x repórter da SporTV
Preparar-se por quatro anos, em uma rotina toda feita de sacrifícios, conseguir a difícil classificação para uma olimpíada e, na hora H, cair de bunda no chão? Não deve ser fácil, ainda mais quando, ao deixar o local da competição com o peso da derrota nos ombros, e a sensação de ter decepcionado um país inteiro, um repórter interpela você para saber justamente do lance em que deu vexame. Daniele Hypólito não aguentou. “Pôxa, e você fala da queda, não fala da trave?”, questionou um jornalista da SporTV, lembrando a ele que, se foi mal no solo, mandou bem no aparelho. O repórter, com ginga nos quadris, sorriu e se desculpou. “É verdade, você foi super bem na trave, desculpa”, disse. “A gente falou da coisa ruim primeiro para depois falar de coisa boa”, tentou remendar, sem parar. “Você brilhou na trave.”

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William Waack x Anitta
O apresentador do Jornal da Globo pode ser um grande incompreendido, mas o fato é que ele esteve envolvido em pelo menos dois momentos de climão na TV aberta, durante a cobertura dessa olimpíada. Primeiro, foi com a cantora Anitta, uma das principais atrações da festa de abertura dos Jogos do Rio. Ao perguntar à funkeira se ela achava que representava a nova voz da música brasileira diante do público estrangeiro, por ter se apresentado ao lado dos medalhões de ouro Caetano Veloso e Gilberto Gil, que ele cresceu ouvindo, Waack a deixou melindrada. “Eu também cresci (ouvindo). Eles já estavam aí, já existiam”, disse Anitta. “Acho que o brasileiro tem que entender isso: a música se renova, pessoas nascem, podem vir a cantar, podem vir a se tornar um sucesso”, completou, em uma frase em que “brasileiro” bem poderia ser substituído por “William Waack”. “A gente tem de estar aberto para isso. O mundo é novidade. Tem uma tecnologia, e de repente muda a tecnologia, daqui a pouco muda o estilo musical, e tem de dar espaço para os novos talentos, na música e no esporte.”

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William Waack x Cris Dias
Depois, o climão de Waack foi com uma colega de trabalho, a jornalista Cris Dias. Ao fim de uma entrevista ao vivo com a dupla do vôlei de praia Ágatha e Bárbara, que conquistou a medalha de prata, o âncora abriu espaço para que Cris falasse da modalidade. Antes de mais nada, porém, ela reclamou de não ter sido cumprimentada por ele no início do programa. “Boa noite, boa noite a todos, agora finalmente ele me deu um oi, mas tudo bem, o momento pedia pressa, a gente entende”, disse. Um tanto desconcertado, Waack a interrompeu. “Vamos falar de vôlei?”, disse, como quem corta com um “Vamos falar de coisa boa?” Depois, a própria Cris Dias tratou de desfazer a impressão de briga que ficou no ar. Publicou um vídeo no Instagram em que aparecia ao lado de Waack no melhor clima “melhores amigos” e, por meio da assessoria de imprensa da Globo, afirmou que ninguém entendeu a piada. “Nosso humor é desafiador.” E como.


Galvão Bueno x repórter da BBC
O bordão favorito do torcedor da Seleção Brasileira Masculina de Futebol, “Cala a boca, Galvão”, foi parar na boca de um comentarista da BBC. Para delírio da geral, mas não de Galvão, que usou o Instagram para admitir que errou, sim, ao falar pelos cotovelos quando deveria fazer silêncio, na largada de uma prova da natação. E também para reclamar do que chamou de “mimimi” das redes sociais, onde – obviamente – o comentário do colega britânico reverberou. Foi Galvão quem tentou calar a boca dos haters, postando uma foto ao lado de seu crítico, Adrian Moorhouse, campeão em Seul, em 1988, como se fossem grandes amigos. Pode isso, Arnaldo?

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Galvão x Seleção
Antes de virar piada pelo comentário do ex-nadador britânico Adrian Moorhouse, Galvão Bueno teve um momento de estresse – e de razão. Ele ficou possesso quando, ao fim de um jogo horrível da Seleção Brasileira Masculina de Futebol contra o Iraque (sim, contra o Iraque!), Neymar deixou o campo sem querer falar com a Globo. “As milhões de pessoas que estão em casa têm direito, sim, de ouvir. O seu ídolo, o seu jogador, aquele que joga com a camisa da seleção brasileira. É feio, muito feio, não é profissional, não é ético e não é correto, sair de campo e se negar a falar. Alguém tinha de assumir e falar”, bufou Galvão. Pensando bem, não foi lá uma farpa. Foi um direto de esquerda.

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https://www.youtube.com/watch?v=IqbWaikERVE

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