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As celebridades que ganham fortunas criando e vendendo bebidas destiladas

Produzidas e divulgadas por astros do cinema, da TV, da música e do esporte, elas põem à prova o poder de influência dos famosos

Por Sergio Figueiredo 22 ago 2021, 08h00

Foi-se o tempo em que astros de Hollywood sonhavam com aposentadoria no interior da França, onde fariam vinho para consumo próprio e talvez para ganhar dinheiro. É notório o caso do diretor Francis Ford Coppola, que, depois do sucesso dos dois primeiros episódios da franquia O Poderoso Chefão, lançados em 1972 e 1974, adquiriu uma vinícola para produzir seus próprios rótulos, negócio que seria abarcado pela filha Sofia e a neta, Gia. Ainda que celebridades como Cameron Diaz — com a marca orgânica Avaline — e Brad Pitt e Angelina Jolie — com o champanhe Fleur de Miraval — estejam colhendo frutos de seus investimentos em vinhos, são os destilados que agitam o mundo das celebridades hoje. O ex-jogador de futebol David Beckham é parceiro do uísque Haig Club. Os amigos Aaron Paul e Bryan Cranston, depois de ficarem famosos com o seriado Breaking Bad, lançaram Dos Hombres, uma bebida de mezcal similar à tequila. Esses e outros famosos estão seguindo a regra que ganhou status de lei imutável com o astro George Clooney: melhor do que ser garoto-propaganda é fazer parte do negócio.

A investida de Clooney começou quase como uma brincadeira quando ele visitava o balneário de Cabo San Lucas, no México. Diz a lenda que o galã experimentou todos os tipos de tequila até encontrar aquela de que mais gostasse. Depois de importar 2 000 garrafas para si e para o entourage que o cerca, ele foi praticamente forçado pelo dono da destilaria a entrar de sócio como distribuidor. Exageros à parte, o fato é que, em 2017, quatro anos depois de ter introduzido a Casamigos nos Estados Unidos, Clooney a vendeu por 1 bilhão de dólares (700 milhões à vista, 300 milhões na participação em vendas) à Diageo, a maior fabricante de destilados do mundo, dona do scotch Johnnie Walker e do gim Tanqueray.

O gim, por sinal, foi a bebida que engordou os cofres de outro ator: o irreverente Ryan Reynolds. Mais conectado ao consumidor jovem do que o sessentão Clooney, o protagonista de Deadpool fez Aviation estrear justamente no momento em que o gim ressurgia nas baladas mundo afora, inclusive no Brasil. Depois de investir por alguns anos em sua marca, Reynolds também acabou sendo procurado pela Diageo, que pagou 610 milhões de dólares pelo Aviation.

ELES SÃO A MARCA - Ryan Reynolds, fundador do gim Aviation (no alto), o rapper Sean “Diddy” Combs, embaixador mundial da vodca francesa Cîroc (acima), e a modelo Kendall Jenner, novata no ramo: a aposta é no consumo dos destilados de qualidade -
ELES SÃO A MARCA – Ryan Reynolds, fundador do gim Aviation (no alto), o rapper Sean “Diddy” Combs, embaixador mundial da vodca francesa Cîroc (acima), e a modelo Kendall Jenner, novata no ramo: a aposta é no consumo dos destilados de qualidade – (Divulgação; Carlos Marino/FilmMagic/Getty Images;/Facebook)

Gigantes como a Diageo, no entanto, não almejam apenas comprar o negócio da celebridade e dispensá-la com o bolso cheio. Eles querem os famosos engajados ou o esforço de credibilidade vai por água abaixo. O mercado mundial de destilados de alta qualidade é estimado em 100 bilhões de dólares e, apesar do tropeço na pandemia, ele já está se recompondo para a temporada 2022. VEJA conversou com Cris Broilo, CEO da Selecta, importadora de bebidas que tem os direitos exclusivos para o Brasil da Crystal Head, vodca envazada em uma caveira de cristal, concebida e produzida por Dan Aykroyd, herói de Os Caça-Fantasmas. Livre de açúcar, quatro vezes destilada e filtrada em cristais de quartzo, a Crystal Head emula o espírito irônico de Aykroyd. “O astro influencia na decisão de consumo”, explica Cris. “Mas não basta estampar o rosto na garrafa. Para funcionar mesmo, a celebridade tem de ser parte no negócio, inclusive zelando pela qualidade.”

É dessa forma que pensa Sean Combs, o “Diddy”, rapper e produtor musical que se dedica há anos a divulgar a vodca Cîroc e que é considerado pelos fabricantes o responsável pelo sucesso do produto além das fronteiras da França. E, para quem pensa que os destilados estão restritos ao clube dos homens, a supermodelo Kendall Jenner lançou recentemente a tequila 818, originária de Jalisco, no México, de onde também vem a Casamigos. Kendall, assim como seus colegas, está investindo reputação e dinheiro em uma marca própria, talvez porque goste mesmo de tequila ou talvez porque, em três ou quatro anos, ela venha a valer milhões de dólares. As celebridades brasileiras talvez devessem ficar de olho nisso.

Publicado em VEJA de 25 de agosto de 2021, edição nº 2752

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