Aplicativo queria concorrer com a Netflix e perdeu US$ 1,7 bilhão
Plataforma Quibi, criada por Jeffrey Katzenberg, ex-presidente do conselho da Walt Disney, faliu em menos de sete meses no ar
Sete meses após o seu lançamento, em 6 de abril, o aplicativo Quibi, criado pelo ex-presidente do conselho da Walt Disney Jeffrey Katzenberg, para concorrer com gigantes do streaming, como a Netflix, deixou de funcionar oficialmente nesta terça-feira, 7. Embora a ideia do app parecesse ser boa no papel, uma sucessão de decisões equivocadas o levou a uma queda retumbante, mesmo após um investimento de 1,75 bilhão de dólares.
A promessa do aplicativo era entregar uma dose diária de vídeos curtos e originais de até 10 minutos que poderiam ser vistos tanto em formato vertical quanto na horizontal. Os programas seriam estrelados por atores de Hollywood e produzidos e dirigidos por grandes nomes, como Steven Spielberg e Guillermo del Toro. O consumo seria ideal para situações cotidianas rápidas, como no transporte público, filas etc. O próprio nome do app ajudava a entender a proposta. Quibi é a contração da palavra em inglês “quick bites” em português “mordidas rápidas”.
E, então, veio a pandemia e todo mundo ficou em casa. Os seis milhões de dólares por hora de conteúdo que os investidores gastaram para atrair o público não foi o suficiente, especialmente em um mercado com grandes players, como a Disney+, HBO Max, Netflix, Amazon Prime, entre outros. Além disso, outros apps de vídeos nos celulares também disputaram a atenção do consumidor, como TikTok, Instagram e YouTube, todos também oferecendo vídeos de curta duração, embora não com a mesma qualidade do Quibi. Para piorar, ainda que a empresa quisesse produzir novos vídeos, não haveria como, já que todos os estúdios estavam fechados por causa da pandemia.
Com o fim oficial da plataforma, em vez de desenvolver uma nova estratégia de reposicionamento, a empresa preferiu devolver parte do dinheiro aos investidores.