Antonio Fagundes rompe o silêncio sobre a peruca: ‘Ridícula’
Ator, porém, defende, em entrevista ao site oficial da novela, a importância do adereço, cujo descarte marcou uma virada em seu personagem em ‘Velho Chico’
Apesar das muitas críticas feitas à caracterização do seu personagem na segunda fase de Velho Chico, Antonio Fagundes passou toda a novela, que se encerra na noite desta sexta-feira, isento da questão. Só agora, e apenas ao site oficial do folhetim da Globo, o ator decidiu quebrar o silêncio sobre a peruca que enfeou o coronel Afrânio de Sá Ribeiro por cerca de 170 capítulos. “Ridícula”, disse, sem no entanto desmerecê-la. Para o ator, o adereço acaju, assim como toda a vestimenta excêntrica de Saruê, foi fundamental para demarcar a metamorfose a que o poder e a vaidade conduziram o personagem e a transformação que ele teria — e teve — no final da trama. Seu descarte, na última terça-feira, marcou a virada (ou retorno) de Afrânio, que reencontrou a sua essência ao se dar conta da morte do filho, Martin (Lee Taylor). Ao admitir ter sido um péssimo pai, o coronel pôde encarar seus erros e enfim superá-los.
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“Nós o criamos quase caricato, com uma roupa espalhafatosa e uma peruca ridícula para que o público visse que existem pessoas desse tipo, que é de fácil identificação. A peruca era um pequeno detalhe na composição desse personagem e, aos poucos, as pessoas começaram a entender o que ele estava dizendo e fazendo atrás daquela máscara”, disse Antonio Fagundes. “De repente, ele tirou a peruca e as pessoas começaram a entender tudo. Começou a aparecer um outro personagem lá dentro, um ser humano que não existia, um cara cheio de conflitos e culpas, tentando consertar a vida desastrosa que teve e isso só pôde acontecer porque essa peruca existiu por quase 170 capítulos.”
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Fagundes também rebateu a crítica sobre o descolamento do Afrânio vivido por ele e aquele interpretado por Rodrigo Santoro, na primeira fase da novela. Para o ator, entre uma fase e outra se passaram 30 anos e uma grande mudança se operou em Afrânio, que passou de “pequeno coronel” para “o maior da história”. “A construção do Afrânio foi feita pelo Rodrigo. A passagem de tempo foi dada com uma finalidade: mostrar o que aconteceu 30 anos depois com aquela pessoa que entrou nesse mundo como Afrânio e paulatinamente começou a se tornar o coronel Saruê. A fase em que Rodrigo interpreta o personagem termina como um pequeno coronel Saruê e eu assumo como o maior da história. Foi absolutamente coerente.”
Velho Chico é a sétima parceria de Antonio Fagundes com Benedito Ruy Barbosa. Eles fizeram juntos Renascer (1993), O Rei do Gado (1996), Terra Nostra (1999), Esperança (2002), Mad Maria (2005) e Meu Pedacinho de Chão (2014).