Amigos, familiares e fãs se despedem de José Wilker
Corpo foi velado no Teatro Ipanema, na Zona Sul do Rio, neste domingo. Pouco depois das 15h, foi levado ao Memorial do Carmo no Caju, na zona portuária























(Atualizado às 15h33)
O velório do ator José Wilker, morto aos 69 anos, reúne neste domingo amigos, familiares e admiradores no Teatro Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Wilker sofreu um infarto fulminante na manhã de sábado em sua casa, também na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde morava com a namorada, a jornalista Claudia Montenegro. O ator deixa duas filhas: Mariana e Isabel. Pouco depois das 15h, o corpo foi levado ao Memorial do Carmo no Caju, na zona portuária do Rio, onde será cremado em cerimônia restrita a familiares e amigos.
Emocionado, o ator Felipe Camargo comparou Wilker ao ator americano Jack Nicholson, por seus personagens marcantes. “Wilker vai deixar saudades. Ele foi cedo demais. Certamente tinha muitos projetos e planos pela frente”, comentou.
Stepan Nercessian lembrou a longa amizade com Wilker, que conheceu quando tinha 17 anos – e Wilker, 23. “Quando jovens ficamos muito amigos; foi uma convivência muito intensa. Passei com ele na praia o dia em que completei 18 anos. Já estamos sentindo saudades. Wilker teve a vida interrompida em pleno voo”, disse.
A atriz Betty Faria lembrou que Wilker foi o ator com quem ela mais contracenou em sua carreira artística. Eles se conheceram na década de 1960, no Teatro Jovem. “Ele era um amigo e um companheiro. Tinha um humor maravilhoso e uma risada única”, diz a atriz que trabalhou com Wilker em Bye Bye Brasil e O Salvador da Pátria. “Fomos pegos de surpresa.”
Milton Gonçalves, que conheceu o ator no Recife (PE), também foi prestar sua homenagem. “Wilker, pelo seu engajamento e inteligência, dava um norte à profissão do ator”, disse, lembrando que fora recentemente entrevistado por ele para o programa Palco e Plateia, do Canal Brasil, que era comandado por Wilker. “Ele era muito verdadeiro. Às vezes, era até visto como rude, porque em uma sociedade que vive de mentiras, ele sempre quis dizer a verdade.”
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Glória Pires e seu marido Orlando Morais também passaram pelo Teatro Ipanema nesta manhã, palco de um dos maiores sucessos do ator no teatro, a peça O Arquiteto e O Imperador da Síria. O local foi escolhido pela família por ter um valor sentimental para Wilker, pois lá ele trabalhou no início de sua carreira.
Também compareceram ao velório: Renata Sorrah, Susana Vieira, Malu Mader, Vera Holz, Marieta Severo, Natália do Vale, Ary Fontoura, Denis Carvalho, Tony Belloto e Wolf Maya, entre outros artistas.
Wilker atuou em cerca de trinta novelas na Globo. A última participação do ator em uma novela foi em 2013 em Amor à Vida, na qual interpretou o médico Hebert. No ano anterior, Wilker participou de Gabriela no papel de Jesuíno. Outros personagens marcantes do ator incluem o bicheiro Giovanni Improtta em Senhora do Destino (2004), Roque Santeiro, na novela homônima (1985), Rodrigo, protagonista de Anjo Mau (1976), e Juscelino Kubitschek, na série JK (2006). No cinema, Wilker fez Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), Xica da Silva (1976), Bye Bye Brasil (1979), Os Inconfidentes (1987) e Dias Melhores Virão (1990), entre muitos outros. Ele também trabalhou como diretor em programas humorísticos, como o Sai de Baixo.
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