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‘Alan Turing devia ser um ícone gay’, diz Keira Knightley

'O Jogo da Imitação’, cinebiografia sobre o matemático que mudou a história da Segunda Guerra e colaborou para a ciência da computação, chega ao Brasil

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 set 2017, 12h07 - Publicado em 5 fev 2015, 07h52

Há cinco anos, a atriz Keira Knightley pensou algo em que boa parte dos espectadores do filme O Jogo da Imitação também devem refletir. “Como eu não conhecia essa pessoa?”, se perguntou a atriz em seu primeiro contato com a história de Alan Turing, matemático retratado na cinebiografia que conquistou oito indicações ao Oscar, entre elas a de melhor filme, ator para Benedict Cumberbatch, e atriz coadjuvante, para a própria Keira. “Ele é um herói inglês. E também devia ser um ícone gay. O fato de ele não ser é um erro a ser reparado”, diz a atriz em entrevista dada em primeira mão ao site de VEJA (confira vídeo abaixo).

Celebrado entre matemáticos e talentos da área de tecnologia, Turing merecia ter sua fama ampliada. A missão de apresentá-lo para uma grande plateia ficou nas mãos do diretor norueguês Morten Tyldum (Headhunters), outro indicado ao Oscar em 2015. No filme, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 5, Turing é interpretado por Cumberbatch, que criou o personagem com pouquíssimo material de pesquisa, como voz ou vídeo. Nem por isso fez um trabalho vago, pelo contrário: sua atuação é uma das melhores do seu já respeitável currículo.

A trama começa com Turing se candidatando para um trabalho em Bletchley Park, antiga instalação militar secreta na Inglaterra, onde especialistas tentavam decifrar códigos alemães durante a Segunda Guerra Mundial. A missão do grupo é quebrar a Enigma, máquina usada pelo exército inimigo para se comunicar, combinar ataques surpresas e táticas de combate. A tarefa era (quase) impossível. A bendita era capaz de criar uma combinação incontável de códigos, que eram alterados todos os dias, à meia-noite. Decifrá-la apenas com a mente humana levaria cerca de 20 milhões de anos.

Turing então percebeu que apenas uma máquina poderia vencer outra máquina. Sua invenção funcionou e, estima-se, encurtou a guerra em cerca de dois anos, salvou mais de 14 milhões de vidas e ajudou diretamente na vitória dos aliados contra Hittler. Se não fosse o suficiente, anos mais tarde, os estudos do matemático se tornaram base para a atual ciência da computação. Seu final feliz, no entanto, estava longe de ser uma realidade. Em 1945, aos 42 anos, Turing foi encontrado morto: ele teria cometido suicídio ao ingerir uma dose de cianureto.

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A morte do matemático ainda é tema de debate entre biógrafos que se dedicam a estudar sua vida. Assassinato ou um possível acidente com o composto químico, que era usado por ele para uma nova pesquisa, também são apontados como possibilidades. O britânico Andrew Hodges, autor do livro Alan Turing: The Enigma, que deu origem ao filme, defende que a homossexualidade velada do matemático o atormentava. Na época, ser homossexual era crime no Reino Unido e Turing acabou condenado e submetido a um tratamento hormonal, conhecido como castração química. Ele morreu dois anos depois, enquanto encarava os efeitos dos remédios, isolado e sem seu merecido reconhecimento pelos feitos durante a guerra, que deveriam ser mantidos em segredo.

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Apesar do desejo de Keira, de que Turing seja reconhecido como um ícone gay, o filme de Tyldum deixa a desejar neste aspecto. A homossexualidade do personagem é pouco explorada no roteiro. Mas o diretor é absolvido pelo seu bom trabalho ao jogar luz em uma figura tão importante para a história.

 

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