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A nova geração de José Mayers

Domingos Montagner engrossa a lista dos novos galãs de meia-idade. O filão, que por anos foi ocupado por Antônio Fagundes e José Mayer, hoje conta com nomes como Rodrigo Lombardi, Gabriel Braga Nunes e Mateus Solano

Por Mariana Zylberkan
29 jan 2012, 10h24

O ator Domingos Montagner, 49, chegou por acaso à presidência na recém-terminada minissérie O Brado Retumbante, como o político Paulo Ventura. Menos acidental foi a sua ascensão na TV Globo, onde, desde a novela das seis Cordel Encantado, em que viveu um cangaceiro cheio de ferormônio, vem conquistando admiradores entre o público feminino e a diretoria da emissora. Montagner, que se consolidou agora com a série, vem ajudando a inaugurar uma nova safra de galãs, formada por nomes como Rodrigo Lombardi, Gabriel Braga Nunes e Mateus Solano. Oásis em meio à escassez de bonitões de meia-idade nas novelas, eles se firmam como os substitutos naturais de atores como Antônio Fagundes e José Mayer, há vinte anos os maiores pegadores do horário nobre nacional.

“Há uma repetição de atores nos papéis de galã e me espanta a televisão ter demorado tanto tempo para descobrir Rodrigo Lombardi e Domingos Montagner, uma vez que os produtores de elenco fazem testes continuamente com atores em todo o país. Sempre me pergunto por que não os descobrimos antes”, diz o autor de novelas Silvio de Abreu.

Embora ainda não tenha ganhado um Montagner Facts – fãs de José Mayer, inspirados na lista de feitos hercúleos atribuídos por internautas ao valentão americano Chuck Norris, criaram uma relação de conquistas amorosas para o ator -, o protagonista de O Brado Retumbante desponta, ao lado de Lombardi, como o grande rosto da nova geração de galãs. Vindo do teatro e do picadeiro (ele é diretor do circo Zanni e fundador da companhia teatral La Mínima), Montagner, 49, diz se surpreender com o assédio. “Eu não tinha a mínima ideia de que isso pudesse acontecer, é algo que foge ao controle do ator. O vídeo provoca reações que mexem no imaginário popular”, afirmou o ator em entrevista ao site de VEJA, na véspera da estreia da série em que foi o presidente.

Mais novo que Montagner, Rodrigo Lombardi, 36, vem se fixando como galã desde que roubou o posto de Marcio Garcia em Caminho das Índias (2009). Se alguém tinha dúvidas de sua vocação para o papel, ele provou que dá conta do recado como o charmoso e galanteador Herculano Quintanilha do remake de O Astro. Neste ano, como uma coroação desse posicionamento, ele vai viver Don Juan no teatro e assumir uma nova personalidade conquistadora em Salve Jorge, título provisório para a próxima novela de Glória Perez, com estreia prevista para o segundo semestre. Em sua página no Twitter, a autora anunciou que o personagem de Lombardi vai ser disputado por Cleo Pires e outra atriz, ainda não revelada pela autora.

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Tanto Montagner quanto Lombardi, apesar de terem despontado num passado relativamente recente no quadro de galãs, atendem a uma fórmula antiga e infalível. “A ideia de que um rosto bem talhado e uma boa figura suprem o talento é absolutamente falsa. Na verdade, um homem bonito, mas sem nenhum interior, tem muito menos chances de emplacar na imaginação das mulheres do que um de figura não tão boa, mas carismático”, diz Silvio de Abreu.

Os novos galãs – Em comparação com os viris veteranos Antônio Fagundes e José Mayer, os novos bonitões representam um ideal de masculinidade mais suave e adaptado aos tempos atuais. “Hoje, as mulheres se identificam com homens que tenham um traço de vulnerabilidade”, diz Daniela Jakubaszko, autora de tese de doutorado sobre a representação da masculinidade na telenovela defendida em 2010 na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP).

Esse novo traço atribuído aos papéis de galã representa um reflexo, ainda que tímido, da dissolução do machismo na sociedade brasileira. Para embasar a tese, Daniela cita o personagem de Dalton Vigh em Fina Estampa. “René se casou com uma mulher dominadora, Tereza Cristina (Christiane Torloni), e trabalha como chef de cozinha num ambiente que, tradicionalmente, pertence ao universo feminino, apesar da maioria dos chefs serem homens. Esse casal é emblemático em retratar a maior igualdade entre os sexos”, diz Daniela.

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