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A história de ‘Respect’, canção que se tornou hino na voz de Aretha

Faixa ganhou grande relevância entre movimentos feministas e na luta pelos direitos civis de negros nos EUA

Por Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h12 - Publicado em 16 ago 2018, 13h01

A carreira de Aretha Franklin estava prestes a mudar em 1967, quando ela lança o disco I Never Loved a Man the Way I Love You. O álbum é uma caixinha de hits, que mantém a cantora no topo das paradas por meses. Entre elas, está Respect – música que toma o mundo na voz de causar arrepios de Aretha, combinada com a alta dose de energia da mulher que logo mais ganharia o apelido de rainha da soul music.

Respect, contudo, não nasce assim. A faixa havia sido lançada dois anos antes, na voz de Otis Redding. Até então, ela não passava de um pedido sofrido de amor na voz de um homem sendo deixado de lado por uma mulher. Um artigo publicado pela crítica Sheila Weller, na revista Elle, analisa o significado inicial da canção. “A música beira o desespero”, diz. “Além do tom que pode ser lido como machista (em que ele tenta impor sua vontade sobre a da mulher), ele diz que ela pode fazer o que quiser quando ele estiver fora, que ele dará tudo o que ela quiser (inclusive dinheiro), contanto que quando ele estiver em casa, que seja tratado com respeito.”

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Parece então um milagre que a canção tenha se tornado um hino entoado por mulheres e pelos que lutavam pelo direito civil dos negros. Milagre feito pela santa Aretha.

“Eu tinha acabado de me mudar da casa do meu pai para meu pequeno apartamento”, disse a cantora sobre a primeira vez que ouviu a música cantada por Redding. “Eu estava limpando o lugar com o rádio ligado. Eu amei. Amei muito. Eu senti que poderia fazer algo de diferente com aquilo.” E foi o que ela fez.

Sem mudar muito o ritmo da canção, Aretha consegue ressignificá-la. Seu tom de voz, claro, é o primeiro elemento de transformação, acompanhado de alguns novos riffs, que ajudam a faixa a deixar de ser um pedido por amor para se tornar um pedido por dignidade humana. Mas pequenas alterações na letra marcam a gigantesca diferença.

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“Na época, o termo ‘sock it to me’ era uma gíria grande na nossa vizinhança. Todas as crianças falavam”, diz a cantora sobre o termo que fala sobre alguém que faz algo de forma enfática e causa uma forte impressão. Ao final da versão de Aretha, sock it to me é cantada pelo backing vocal repetidamente, durante o pedido por respeito. Outro adendo à letra é TCB, sigla para “taking care of business” (cuide de suas coisas, em tradução livre), no famoso trecho em que ela soletra: “R-E-S-P-E-C-T/ Find out what it means to me/ R-E-S-P-E-C-T/ Take care, TCB”.

O fato de ser a década de 1960, auge da luta dos direitos civis nos Estados Unidos, e Aretha ser filha de C. L. Franklin, pastor e grande nome ativista da causa, amigo próximo de Martin Luther King, colabora para que a canção chegue aos ouvintes com uma nova mensagem. “Eu fiquei impressionada que música conquistou o topo das paradas. Era a música certa para aquele momento”, disse a diva.

Sobrevivente do teste do tempo, Respect é aclamada até os dias de hoje, alvo de diversos covers além de constante presença em trilhas sonoras de filmes e séries — a faixa é creditada 65 vezes no sites Imdb, agregador de informações do cinema e da TV.

Sobre a associação da faixa com os movimentos sociais, Aretha sempre se mostrou orgulhosa. “Nós mulheres, temos o poder. Somos cheias de recursos. Mulheres merecem muito respeito.”

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