A devassa do Museu do Prado em busca de obras saqueadas em seu acervo
Instituição listou 25 pinturas suspeitas colocadas sob posse do museu pelo regime do ditador Franco, e não descarta devolvê-las aos proprietários originais
Uma das instituições culturais mais importantes da Espanha, o Museu do Prado está investigando seu acervo para identificar obras de arte apreendidas durante a Guerra Civil Espanhola, que se desenrolou entre 1936 to 1939. Em um comunicado compartilhado no site na terça-feira, 20, o museu listou 25 peças suspeitas, colocadas sob posse da instituição durante o regime do ditador Francisco Franco.
A listagem do Prado não inclui as peças mais famosas da instituição, como As Meninas, de Diego Velázquez e Jardim das Delícias Terrenas, de Hieronymus Bosch, mas abarca pinturas de Jan Brueghel, o Jovem, François Boucher e Joaquín Sorolla. A instituição, no entanto, garante que a lista pode aumentar conforme as investigações avançam.
Em comunicado ao site especializado Art News, o Prado disse que a pesquisa é importante para ajudar a esclarecer dúvidas sobre a história e o contexto das obras antes de chegarem até o acervo. O museu também revelou que a busca “pode resultar na devolução das obras aos seus legítimos proprietários”.
Durante a Guerra Civil Espanhola, assim como ao longo do regime nazista, várias obras de arte foram roubadas, e alguns de seus proprietários seguem tentando recuperá-las. No início deste ano, uma família conseguiu rastrear e recuperar duas pinturas que haviam sido tiradas de seus ancestrais 85 anos antes.