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“O mundo melhorou”, diz ex-membro da Resistência Judaica no Holocausto

A quase centenária Selma van de Perre conversou com VEJA sobre sua vida e o estado atual das coisas; para ela, ainda falta tolerância no mundo

Por Sabrina Brito 16 Maio 2022, 19h29

Prestes a completar cem anos, a holandesa Selma van de Perre é uma das poucas sobreviventes judias do Holocausto ainda vivas e lúcidas. Durante a Segunda Guerra, ela teve de mudar de identidade para fugir dos nazistas e até mesmo viveu alguns anos no campo de concentração de Ravensbrück.

Seu livro, recentemente publicado e denominado “Meu Nome é Selma”, é uma autobiografia em que Selma conta a sua história, inclusive falando de sua participação na Resistência Judaica. VEJA conversou com a holandesa sobre suas experiências e dificuldades durante um dos períodos mais obscuros da história humana.

O dia cinco de maio marcou o aniversário de 77 anos desde o fim da invasão alemã da Holanda. É importante celebrar essa data?

Definitivamente é muito importante. Ter lembranças dessa época dura e comemorar seu fim é muito necessário. Acho que a história da Segunda Guerra deve ser guardada pelos jovens para as gerações futuras. Quanto mais eles souberem sobre o que aconteceu, maior é a minha esperança de que não haverá nunca mais uma guerra semelhante.

O que você aprendeu com as suas experiências de vida?

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Aprendi que, em situações difíceis, as pessoas são capazes de deixar suas diferenças de lado e cooperar umas com as outras. Durante a Guerra, muitos aprenderam a ser tolerantes – algo que está em falta hoje em dia. Nunca devemos partir para o confronto sem discutir as nossas diferenças antes.

A quê você atribui o fortalecimento da extrema direita pelo mundo atualmente?

Isso sempre existiu, mas tem se intensificado. As pessoas têm sido muito intolerantes com os comportamentos, as religiões e os pensamentos dos outros, e isso impulsiona a ascensão de certos tipos de conservadorismo e até de discursos de ódio. É claro que a tolerância também tem limites, mas a conversa e o debate nunca machucaram ninguém.

Como evitar a ascensão de discursos de ódio?

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As pessoas e instituições de ensino devem educar seus filhos, contando-lhes o que aconteceu durante a Segunda Guerra e os ensinando a agirem de forma diferente. É comum discordar de alguém, mas, quando isso se inflama, o ódio pode ser suficiente para começar guerras.

As coisas são as mesmas pelo mundo desde 1945?

O mundo melhorou desde o fim da Segunda Guerra. Vivemos em tempos de coisas extraordinárias, de carros e aviões até máquinas de lavar. A vida foi modernizada. Por isso, deveríamos ser mais felizes e tolerantes, sem deixar de lembrar que estamos em um processo de melhoria, de evolução.

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