Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Gravidez explícita: Rihanna inaugura novo estilo de roupas para gestantes

Pós-graduada em poses sexy e atitudes polêmicas, a cantora decreta: barriga de fora é obrigatório

Por Duda Gomes 23 abr 2022, 08h00

Estrela do mundo pop, Rihanna sempre foi do tipo que faz o que quer, fuma o que bem entende e veste o que tem vontade — aí incluídas peças variadas de sua bem-sucedida marca de lingerie, a Savage X Fenty, avaliada em 3 bilhões de dólares. Em janeiro, a cantora, nascida em Barbados, fez mais uma das suas travessuras de quebrar a internet: em um “flagrante” evidentemente combinado com os paparazzi, foi fotografada na rua em Nova York, ao lado do namorado, o rap­per ASAP Rocky, com um casaco rosa Chanel aberto, deixando à mostra a barriga de grávida (de quantas semanas, ninguém sabe, embora as dimensões indiquem estar agora no último trimestre). Desde então, não parou mais de exibir o barrigão em toda e qualquer oportunidade, da farmácia ao tapete vermelho, fazendo dele, muito rihannamente, um símbolo de poder. “Eu não vou comprar calça de gestante, vestido de gestante, nada do que a sociedade me manda fazer”, proclamou.

E tome calça e minissaia com a cintura baixíssima, blusinhas de um palmo de altura, transparências à vontade e, invariavelmente, salto agulha bem alto. Na Semana de Moda de Paris, circulou de sutiã, calcinha e franjas no desfile da Dior e de calça e microtop no da Gucci. Na Vogue, fotografada pela celebrada Annie Leibovitz, apareceu na capa de macacão vermelho transparente Alaïa e, no recheio, de saia e casaco assinados por Rick Owens que deixavam os relevos frontais expostos. “Meu corpo está passando por coisas incríveis e não vou ter vergonha disso. O momento é de celebração. Por que haveria de esconder minha gravidez?”, pergunta Rihanna, 34 anos, ciente de que está, sozinha e com muita atitude, revolucionando a moda para grávidas. “Todo o seu figurino é pensado para valorizar a barriga. Ela está influenciando uma geração de mulheres que vão engravidar e saberão que podem vestir o que quiserem”, prevê a consultora de moda Regina Martelli.

O corpo das grávidas passou muito tempo disfarçado por roupas largas, quando não escondido dentro de casa, como se fosse uma visão impura resultante de atos indecorosos. A situação começou a mudar com o advento da pílula anticoncepcional, nos anos 1960, que permitiu à mulher optar por se e quando engravidar e, consequentemente, retomar o domínio de seu corpo. “A maternidade deixou de ser uma obrigação e virou escolha. E tudo que vem de uma escolha dá mais orgulho de ser mostrado”, explica Denise Bernuzzi, historiadora da PUC-SP. Aos poucos, o closet de grávida foi se modernizando até chegar aos dias atuais, em que muitas atravessam os nove meses usando as roupas de sempre. “Adaptei o que eu já tinha no armário e consegui continuar usando basicamente todos os meus vestidos até o final da gravidez”, conta a consultora de varejo carioca Joana Nolasco, 39 anos, na terceira gestação.

PIONEIRA - Leila e seu biquíni, nos anos 1970: escândalo na Praia de Ipanema -
PIONEIRA - Leila e seu biquíni, nos anos 1970: escândalo na Praia de Ipanema – (Joel Maia/.)

Ativista convicta, Rihanna dá opinião sobre feminismo, racismo, política e temas polêmicos em geral. Também está à frente de uma fundação que distribui recursos para a educação infantil e a recuperação de regiões afetadas por desastres climáticos. Assídua frequentadora do Instagram, causou incidentes internacionais ao apoiar lavradores em greve contra o governo na Índia e ao publicar fotos proibidas de uma mesquita em Abu Dhabi (da qual foi convidada a sair). Seus vídeos mostram nudez, drogas e cenas de tortura. Após uma apresentação sua no popular programa X Factor, quase 3 000 telespectadores reclamaram da coreografia “sexy demais para famílias”. Indagada sobre como qualifica seu estilo atual, responde: “Rebelde, talvez?”.

A dela não é a primeira barriga de grávida a deixar o público de queixo caído. No Rio de Janeiro, nos longínquos anos 1970, Leila Diniz estremeceu as barracas da Praia de Ipanema com um biquíni mínimo, aos sete meses de gravidez — ousadia que ecoou como um grito de libertação (ou de sem-vergonhice, para os mais conservadores) em toda parte. Vinte anos depois, a atriz Demi Moore apareceria nua e gravidíssima na capa da Vanity Fair, inaugurando uma pose que seria repetida por Cindy Crawford, Britney Spears, Serena Williams, Beyoncé e muitas outras famosas. A diferença é que elas marcaram seu tento e pronto. Já Rihanna faz questão de escandalizar em tempo integral. Fazendo compras em Beverly Hills recentemente, usava meias Miu Miu, sandália Saint Laurent, bolsa Balenciaga, shorts e camisa listrada Alexander Wang. Aberta, naturalmente.

Publicado em VEJA de 27 de abril de 2022, edição nº 2786

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.