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Fotógrafo francês mostra a pandemia para além do visível

Em exposições no Rio e em São Paulo, Antoine d'Agata retrata o impacto da Covid-19 em hospitais, nas ruas e nas populações vulneráveis

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 abr 2022, 09h04 - Publicado em 27 abr 2022, 08h00

Contemporâneo de Nan Goldin e Larry Clark, o fotógrafo e cineasta francês Antoine d’Agata evoluiu por um caminho diferente dos seus pares. Hoje, ele transita entre os registros social e artístico da realidade. Um exemplo do que isso significa está em exposições que o ex-diretor da Agência Magnum assina no Brasil, uma no Rio, que começa nesta quarta-feira, 27, e outras duas em São Paulo, que têm início na próxima semana  — veja os serviços abaixo.

Em todas as mostras, D’Agata revela o seu olhar para a pandemia de Covid-19 desde o nascedouro, em 2020. Essa visão, traduzida em milhares de fotografias, foi mediada por um dispositivo térmico que lhe permitiu retratar o calor dos corpos de médicos, pacientes e seus familiares, além de objetos nas ruas vazias e em hospitais da França e de outros países, como a Espanha e o Brasil.

D’Agata, que está no Brasil para acompanhar as aberturas de suas exposições, conta que foi para as ruas de Paris dez dias antes da decretação do lockdown pelo governo francês, no início de março de 2020. Primeiro, o fotógrafo documentou a rotina de um centro de emergência de Covid-19, a cem quilômetros da capital francesa, com uma câmera normal. “Ia para lá todos os dias”, disse ele, em entrevista à VEJA. “Pude sentir que estava faltando algo.”

Foto de Antoine d'Agata
QUENTE E FRIO – Antoine d’Agata retrata pacientes infectados com Covid-19 em hospitais na França e no Brasil – (Antoine d'Agata/ Magnum/Reprodução)

Quando o confinamento foi imposto, em 17 de março de 2020, ele saiu à meia-noite para estar nas ruas de Paris desde o primeiro minuto. E optou por usar uma pequena câmera que mostrava coisas que a câmera normal não pode mostrar, porque capta o calor dos corpos e objetos. “Eu sabia que assim poderia mostrar coisas que não via a olho nu”, diz D’Agata. “É uma maneira diferente de entrar na realidade.”

Em novembro de 2021, D’Aagata veio ao Brasil para dar continuidade ao ensaio fotográfico que resultou em mais de 13 mil fotos. Foi ao Rio, onde registrou momentos da pandemia na Bio-Manguinhos/Fiocruz e no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Depóis, em São Paulo, acompanhou a população em situação de rua, na Cracolândia, e a forma como a pandemia estava afetando essas pessoas.

Foto de Antoine d'Agata
VIGÍLIA – Em seus registros fotográficos durante a pandemia, Antoine d’Agata mostra médicos e pacientes nos hospitais – (Antoine d'Agata/Reprodução)

Como era um período de baixa na pandemia, os hospitais brasileiros estavam menos cheios. No entanto, diz ele, as tragédias continuavam as mesmas: “Não foi muito diferente do que testemunhei nos hospitais franceses”. O que mudou foi a visita a São Paulo para retratar o impacto da pandemia nas populações mais frágeis. “A ideia era mostrar a situação legal-sanitária e a situação econômico-social”, explicou. “Nesse caso, foi diferente de Paris porque lá as ruas estavam vazias.”

Com curadoria do próprio Antoine d’Agata, a exposição Vírus, no Parque Lage, no Rio de Janeiro, fica em cartaz de hoje até 19 de junho, com entrada franca. No mesmo espaço, também poderá ser vista a mostra Bando, proposta pela artista plástica Carmela Gross, completando assim a primeira fase do programa Escândalo. Em 1º de maio, abre a mostra Psicodemia, com instalações na Praça das Artes e Galeria Lume, em São Paulo. Com curadoria de Fábio Furtado, Roberta Saraiva Coutinho e Rodrigo Villela, reunirá as imagens da pandemia de Covid-19 em Paris, Rio de Janeiro e também em São Paulo, na Cracolândia.

Retrato em preto e branco de Antoine d'Agata
O fotógrafo e cineasta francês Antoine d’Agata – (Gilles Pandel/Reprodução)
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