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Por Duda Monteiro de Barros Como surgem e se espalham os assuntos mais comentados da internet

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Comportamento

‘Usem camisinha’: a reação da internet a entrevista bizarra sobre sexo

Na contramão dos debates contemporâneos sobre masculinidade e saúde, influencer sugere que prática sexual desprotegida é uma forma de respeito ao homem

Por Duda Monteiro de Barros Atualizado em 24 Maio 2022, 15h55 - Publicado em 24 Maio 2022, 15h44

Episódio do Redcast foi ao ar há duas semanas. (Redcast/Reprodução)

O trecho de um episódio do “Redcast”, podcast que se propõe a debater masculinidade, viralizou nas redes sociais nesta terça-feira, 24. Diante de dois apresentadores, Gabriel Breier, uma espécie de coach-influencer, começou a falar sobre relações afetivas e sexo. Foi então que, em um discurso totalmente anacrônico, afirmou achar um “absurdo” o uso de camisinha entre namorados. Para completar, classificou o preservativo como “antibiológico”.

A reação da internet foi avassaladora. Influenciadores, anônimos e até médicos resolveram apontar o desserviço à saúde pública que esse tipo de fala ocasiona e levaram “usem camisinha” para os assuntos mais comentados do Twitter.

USEM CAMISINHA estando solteiras ou em relacionamento sério ou casadas pic.twitter.com/rZmSuUG4jW

— ondejacyviu (@JacyCarvalho) May 23, 2022

Usar camisinha ou algum tipo de prevenção é uma prova de cuidado com o outro, mas principalmente com você. Amor por você.

Pessoas vêm e vão.
Relacionamentos acabam.
Nada é pra sempre.

Mas seu corpo é um só.
Não deixe-o à mercê de gente mau caráter ou irresponsável. ❤️‍🩹

— Vinícius Borges ❤️‍🩹🏳️‍🌈 (@DoutorMaravilha) May 24, 2022

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“Além dos riscos de infecção, não usar camisinha em uma relação heteronormativa é tirar do homem toda a responsabilidade da contracepção. É uma ideia falocêntrica, em que o pênis é o centro da relação sexual. É isso o que de fato satisfaz uma mulher?”, diz o sexólogo da USP Charles Schneider.

A camisinha ainda é o único contraceptivo capaz de evitar Infecções Sexualmente Transmissíveis. Abrir mão dela, independentemente do tipo de relacionamento, é considerado comportamento de risco. Segundo estudo do Ministério da Saúde em parceria com o IBGE, cerca de um milhão de pessoas com mais de 18 anos recebeu diagnóstico de IST em 2020.