Novo ataque contra ministros do STF vira desculpa para intervenção militar
A três meses das eleições, grupos bolsonaristas acusam Supremo de manipular urnas
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Carmén Lúcia, Dias Toffoli e Gilmar Mendes farão parte de uma mesa de discussão da Brazil Conference, evento organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide). O tema do encontro, que ocorrerá em Nova York nos dias 14 e 15 de novembro desse ano, será “os desafios institucionais e econômicos das eleições no Brasil”. Além dos magistrados, que foram convocados para debater no primeiro dia sobre respeito à liberdade e à democracia, os ex-ministros da Fazenda Henrique Meirelles e Joaquim Levy também estão confirmados. Estes últimos vão compor uma discussão sobre a economia brasileira após o resultado de outubro.
Um cartaz divulgado pela organização da conferência atiçou os ânimos de grupos de direita e bolsonaristas, que juram que as eleições foram compradas por Lula (PT). O painel temático chamado “a economia do Brasil com o novo governo” deu pano para a manga para quem estava a procura de mais “pistas” que pudessem comprovar a tese fictícia de que há uma conspiração contra Jair Bolsonaro (PL). Veja:
Brazil Conference em NYC dias 14 e 15 de novembro, logo após as eleições de outubro, conferência com a presença de 5 ministros do STF, inclusive o recém eleito Presidente do TSE, dando como certa a não reeleição do Presidente @jairbolsonaro . O que eles sabem que nós não sabemos? pic.twitter.com/Zyig7xKUkB
— Bia Kicis (@Biakicis) July 6, 2022
Com a repercussão negativa, o Lide optou por trocar o título por “A economia do Brasil no pós-eleição”, para tornar a compreensão mais fácil para qualquer um. Mas foi tarde demais. No Twitter, milhares de posts se multiplicam acusando os ministros de estarem envolvidos em um esquema encabeçado pelo pré-candidato petista. A solução proposta por eles é, claro, uma “intervenção” antes das eleições para suprimir os poderes do STF e garantir, através da ação militar, a democracia.
Não é a primeira vez que ouvimos essa história.