‘Lámen Shop’: Colisões culturais e gastronômicas em Singapura
Diretor singapurense Eric Khoo homenageia os frutos inesperados das colisões culturais e gastronômicas de um país jovem e de passado sofrido
(Teh, Singapura/Japão/França, 2018. Já em cartaz no país) O jovem Masato (Takumi Saitoh) trabalha ao lado do pai, todos os dias, na loja de lámen dele. Proximidade não significa intimidade: o relacionamento dos dois é frio desde que a mãe de Masato morreu, duas décadas antes, e eles deixaram Singapura para retornar ao Japão natal do pai. Quando também este morre, o rapaz se sente perdido e sem lastro. É aí que decide voltar a Singapura, à procura dos parentes da mãe e dos sabores que o marcaram na infância — uma viagem para reencontrar a si mesmo. A avó, porém, rejeita o neto por sua metade nipônica: é incapaz de aceitá-lo depois dos horrores que passou durante a ocupação japonesa de 1942-1945. Singelo e gentil, o filme do diretor singapurense Eric Khoo homenageia os frutos inesperados das colisões culturais e gastronômicas de um país jovem e de passado sofrido, sugerindo que a cura está nessa convivência entre opostos.