A partir de comandos inseridos em Inteligência Artificial generativa e técnicas de deep learning, empresas têm criado influenciadores hiper-realistas, atribuindo-lhes nome, personalidade, rotina e, claro, perfil nas redes sociais. Das imagens criadas por IA, as mais populares são de mulheres inseridas no padrão de beleza – jovens, brancas, traços ocidentais, corpos magros, cabelos longos e peles “perfeitas”. No sentido de discutir sobre essa representação, a Dove lançou uma campanha global para transformar as imagens das mulheres geradas por Inteligência Artificial.
“As redes sociais, cada vez mais importantes, começam a ditar novos padrões, novas discussões sobre a beleza e a Inteligência Artificial entra nesse contexto, com novos desafios em estereótipos de padrões. A campanha vem para pautar a IA. Se você digita nas ferramentas: ‘uma mulher perfeita’, vai ver estereótipos. Até 2025, 90% dos conteúdos online vão ser gerados por Inteligência Artificial, olha o tamanho do desafio. Temos o compromisso de representar diferentes belezas, sem distorcer a imagem. Beleza real é quebrar o padrão, é a beleza de todo mundo. Nosso propósito é transformar a beleza em fonte de confiança, e não de ansiedade e pressão”, diz Andreza Graner, diretora de Marketing de Dove Brasil em conversa com a coluna GENTE.
Além da iniciativa, a marca apresenta a pesquisa “O real estado da beleza 2024”, conduzido pela Edelman com mais de 33 mil participantes em 20 países, que revelou o impacto da IA na confiança corporal. Uma a cada três mulheres sentem-se pressionadas a alterar a aparência devido à beleza artificial online. “A gente evoluiu muito no sentido de como as mulheres se relacionam com a aparência, de como a indústria da publicidade aborda o assunto. Mas ainda temos muitos desafios”, continua Andreza.
Outro dado da pesquisa mostra que 38% das mulheres doariam um ano da vida para alcançar o padrão considerado ideal de aparência. “É muito alarmante. Uma a cada duas meninas no Brasil quer mudar algo na aparência por estímulo nas redes sociais, mesmo sabendo que o conteúdo foi manipulado digitalmente”.