Os calvários da namorada e da sogra de Dario Messer na prisão
Mosquitos, percevejos, gatos e ausência de banho de sol

Presas no dia 19 de novembro em decorrência da Operação Patrón, um desdobramento da Lava Jato, Myra de Oliveira Athayde e Alcione Athayde foram levadas para a Penitenciária de Benfica, no Rio de Janeiro. Foi o começo do calvário dessas mulheres acostumadas com luxos. Mãe e filha foram colocadas na Cela 5, onde antes funcionava um depósito de lixo. Tomado por mosquitos, percevejos e gatos, a insalubridade do local gerou uma crise alérgica na pele de Myra, namorada do doleiro Dario Messer. Elas também não podiam tomar banho de sol.
Preocupada com o estado de saúde da filha, e com o mau cheiro insuportável do ambiente, Alcione chegou a fazer faxina dez vezes por dia na cela. Em vão. Os mosquitos não deixavam o local. Após inúmeros pedidos, na última semana elas foram transferidas para a Cela 5 do mesmo presídio. Alívio, mas nem tanto: as duas ficaram confinadas ao lado de outras catorze prisioneiras, entre assassinas e traficantes.
Ontem, no entanto, uma notícia boa de fato para mãe e filha. A juíza Caroline Vieira Figueiredo acatou o pedido elaborado pelos advogados Átila Machado (representa as defesas de Myra e Dario Messer) e Mauro Coelho Tse (defensor de Alcione Athayde): as duas foram transferidas na tarde desta quarta, 4, para o Presídio Nelson Hungria (Complexo Penitenciário de Gericinó- Bangu VII). O argumento acatado pela juíza: elas possuem nível de escolaridade superior, incompatível com o local em que se encontram custodiadas. Myra é advogada, enquanto sua mãe é médica pediatra.

A nova vida das duas presas contrasta com o passado recente. Até pouco tempo atrás, elas viviam na companhia de Dario Messer em um apartamento de luxo nos Jardins, em São Paulo, com vista para as mansões do Jardim Europa, piscina coberta e quadra de tênis. Valor do aluguel: 35 000 reais. Foi dentro desse imóvel que a Polícia Federal prendeu Messer, no dia 31 de julho.