De repente, as luzes se apagaram para a chegada do homenageado da noite. Quando se acenderam, a surpresa: no palco em Nova York da noite anual de gala da PEN America, o mais conceituado clube literário do país, estava o escritor Salman Rushdie, 75 anos, em sua primeira aparição desde que foi esfaqueado e ficou entre a vida e a morte, em agosto passado. Mais magro, com dedos atrofiados (o ataque cortou nervos) e óculos com uma das lentes escura (ficou cego do olho direito), Rushdie discursou contra a censura e as proibições de livros nos Estados Unidos. Alvo de fanáticos (ameaçado de morte, passou mais de uma década escondido), Rushdie afirmou que não se intimida: “O terrorismo não pode nos aterrorizar”.
Publicado em VEJA de 31 de maio de 2023, edição nº 2843