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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Pesquisa mostra que lulistas aprovam acordo com Alckmin

Sondagem Quaest/Genial mostra que com a aliança 19% dos eleitores de Lula estariam mais propensos a votar no PT. Só 10% reprovam

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 dez 2021, 07h32

O primeiro é um Capuleto. O outro, Montequio. As suas famílias, duas casas de igual dignidade, reativaram antiga inimizade, manchando mãos fraternas, sangue irmão. Há quase dois meses, o amor outonal entre Lula da Silva e Geraldo Alckmin se revela em encontros feitos às escondidas, sob o patrocínio de três amigos comuns e os riscos de revanche de dezenas inimigos dos dois lados. Assim com o romance impossível dos jovens nobres da Verona de Shakespeare, é provável não haja final feliz, mas como na peça a torcida é grande.

Pesquisa inédita da Quaest, encomendada pela corretora Genial, mostra que para 64% dos brasileiros não faz diferença se Alckmin ser o candidato a vice-presidente na chapa de Lula da Silva. Porém, os lulistas aprovam a aliança:

· 20% dos que preferem que Lula vença estariam mais propensos a votar se Alckmin fosse o vice. Nesse contingente, só 10% reprovam o acordo; Para 65% é indiferente.

· 19% dos que já pretendem votar em Lula defendem o acordo; 10% são contra.

É um sinal forte em uma conjuntura que, segundo a pesquisa, mostra uma situação privilegiada para Lula. Nas simulações da Quaest/Genial, ele tem hoje mais de 50% dos votos válidos em todos os cenários. No mais provável a situação é a seguinte:

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Lula 47%

Bolsonaro 24%

Moro 10%

Ciro 5%

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Doria 2%

Pacheco 1%

Branco/Nulo/Não vai votar/Indeciso 12%

Único candidato com lugar quase assegurado no segundo turno, Lula tem uma vantagem sobre os adversários no mano-a-mano:

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Lula 55%

Bolsonaro 31%

Branco/Nulo/Não vai votar/Indeciso 14%

Lula 53%

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Moro 29%

Branco/Nulo/Não vai votar/Indeciso 18%

Lula 54%

Ciro 21%

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Branco/Nulo/Não vai votar/Indeciso 26%

Lula 57%

Doria 14%

Branco/Nulo/Não vai votar/Indeciso 29%

Mas como com Romeu e Julieta, nem o amor, nem o interesse eleitoral são capazes de, sozinhos, suplantar a realidade. Além de exigir que os dois lados esqueçam décadas de desavenças, o acordo de Lula e Alckmin depende de uma concessão do PSB, o partido para o qual o ex-governador de São Paulo se filiaria. O PSB topa abrigar Alckmin, mas quer como retribuição a retirada da candidatura do ex-prefeito petista Fernando Haddad e apoio a Marcio França como candidato a governador de São Paulo. O PT, que sempre disputou as eleições paulistas com candidato próprio (e sempre perdeu), vai chiar.

A pesquisa Ipespe sobre as eleições de São Paulo, divulgada na sexta-feira (03/12) traduz em números as dúvidas de Alckmin entre ser o candidato a vice-presidente ou a governador de São Paulo. Segundo o Ipespe, Alckmin teria hoje 23% das intenções de votos, ante 19% do ex-prefeito Haddad (PT), 14% do ativista Guilherme Boulos (PSOL), 8% do ministro Tarcísio Freitas (PL) e 3% do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB).

É consenso no meio político que a máquina estadual fará Rodrigo Garcia crescer, enquanto Tarcísio Freitas vai ganhar pontos com sua vinculação a Bolsonaro. Os eleitores de esquerda de Haddad e Boulos devem se direcionar ao final para aquele que tiver mais chance. Alckmin já foi governador de São Paulo quatro vezes, mas sempre com a máquina do Estado na mão. Dessa vez, ele não terá nem máquina, nem partido estruturado.

Alckmin segue sendo o favorito ao governo de São Paulo. Basta o vice Rodrigo Garcia não deslanchar e os prefeitos cairão todos no seu colo por gravidade, mas nada está assegurado. O que ele tem na mão hoje é uma liderança frágil em um ambiente complexo. Como num drama elisebetano, qualquer decisão equivocada pode encadear uma tragédia.

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