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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Pesquisa mostra em quem votam os que não querem nem Bolsonaro, nem Lula

Levantamento Genial/Quaest mostra quais eleitores podem fazer voto útil se eleição puder ser decidida no primeiro turno

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 mar 2022, 07h08

A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 16, revela o tamanho do voto útil para Lula da Silva e Jair Bolsonaro caso a eleição possa ser decidida ainda no primeiro turno. Assim como outras pesquisas anteriores, a Quaest registrou uma estabilização de Lula em primeiro lugar com 46% com Bolsonaro em segundo com 26%, três pontos percentuais acima de janeiro.

Os demais candidatos estão tão distantes que deixaram de ser competitivos. Somados, Ciro Gomes, Sergio Moro, João Doria, Eduardo Leite, Simone Tebet, André Janones, Felipe D’Ávila tem menos de 20% das intenções de voto, segundo a Genial/Quaest.

Com Lula e Bolsonaro concentrando os votos e as paixões populares, a pergunta natural é: “os eleitores dos outros candidatos podem mudar seus votos para evitar que um dos dois vença?” A resposta na pesquisa Quaest é “sim”. E Lula tem mais capacidade de atrair o voto desse eleitor do que Bolsonaro.

Primeiro, os entrevistadores perguntaram quem o eleitor gostaria que vencesse. A resposta foi:

Lula 44%

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Bolsonaro 26%

Nem Bolsonaro, nem Lula 25%

Depois, eles apresentaram ao eleitor que respondeu Nem-Bolsonaro-Nem-Lula os seguintes cenários:

Se o primeiro turno fosse hoje e Lula tivesse grande chance de ser eleito sem precisar o segundo turno, você votaria nele mesmo preferindo outro candidato?

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Sim 34%

Não 66%

Se o primeiro turno fosse hoje e Bolsonaro tivesse grande chance de ser eleito sem precisar o segundo turno, você votaria nele mesmo preferindo outro candidato?

Sim 23%

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Não 77%

Isso significa que se a eleição estiver muito polarizada, com um dos dois líderes perto de ganhar no primeiro turno, Lula tem a possibilidade de arrebanhar mais 8,5 pontos percentuais (o que equivale a 34% dos 25% que disseram preferir Nem-Bolsonaro-Nem-Lula), enquanto Bolsonaro pode subir até 5,7 pontos percentuais (23% dos mesmos 25% que disseram preferir Nem-Bolsonaro-Nem-Lula).

Como Lula tem a torcida de 44% e Bolsonaro só de 25%, se houver uma campanha de voto útil pró-Lula, o ex-presidente tem chance de eventualmente fechar a eleição no primeiro turno.

A pesquisa Genial/Quaest também mostra quem são esses eleitores que podem pular do barco para votar em Lula ou Bolsonaro.

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Poderiam votar em Lula para acabar a eleição no primeiro turno:

Eleitores de Ciro Gomes 34%

Eleitores de Sergio Moro 21%

Eleitores de João Doria 22%

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Eleitores de outros candidatos 38%

Poderiam votar em Bolsonaro para acabar a eleição no primeiro turno:

Eleitores de Ciro Gomes 16%

Eleitores de Sergio Moro 32%

Eleitores de João Doria 14%

Eleitores de outros candidatos 27%

O voto útil é dos temas favoritos da ciência política. Há farta literatura estudando as circunstâncias nas quais um eleitor decide desertar de um candidato sem chance de vitória em favor de outro, menos preferido, mas com maior possibilidade. Num sistema multipartidário com dois turnos, como o brasileiro, é comum que os eleitores usem seu voto como uma decisão estratégica para ou tentar acabar a eleição no primeiro turno ou escolher um candidato mais forte para o segundo.

Os dois registros mais recentes de voto útil foram contra o PT. Em 2018, Bolsonaro foi favorecido por um movimento de possível vitória no primeiro turno que solapou os votos de Geraldo Alckmin, João Amoêdo e Marina Silva. Em 2014, Aécio Neves foi favorecido pela impressão de que teria mais chances de vitória que Marina Silva na disputa do segundo turno. Em 2002, a campanha Lula ensaiou uma tentativa de voto útil no final do primeiro turno, mas não deu certo.

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