The Cape Estreia Hoje no Canal Universal
A mais nova aposta da NBC americana chega hoje ao Brasil pela TV a cabo Universal. A estreia será às 21h com a exibição dos dois primeiros episódios. A primeira temporada tem dez episódios encomendados, dos quais, seis já foram exibidos nos EUA. “The Cape” foi criada por Tom Wheeler, que faz sua estreia na […]
A mais nova aposta da NBC americana chega hoje ao Brasil pela TV a cabo Universal. A estreia será às 21h com a exibição dos dois primeiros episódios. A primeira temporada tem dez episódios encomendados, dos quais, seis já foram exibidos nos EUA.
“The Cape” foi criada por Tom Wheeler, que faz sua estreia na produção seriada. Até agora, ele tinha em seu currículo apenas a minissérie “Empire”, sobre o período do Império Romano.
Situada em uma cidade fictícia e em um ambiente futurista, a história apresenta Vince Faraday (David Lyons), um policial honesto que trabalha em uma corporação policial corrupta.
Acusado de assassinato, ele cai em uma emboscada na qual é considerado morto. Forçado a se esconder, ele deixa para trás sua esposa, Dana (Jennifer Ferrin, de “Life on Mars”, versão americana), e o filho Trip (Ryan Wynoot, de “FlashForward” e “Tell Me You Love Me”).
Tentando limpar seu nome, reencontrar a família e livrar a cidade da corrupção, Vince assume a identidade do herói dos quadrinhos “The Cape”. Para tanto, conta com a ajuda de Max (Keith David), líder de uma gangue de ladrões de banco, formada por artistas de circo. Mentor e treinador de Vince, Max o ensina a manusear uma capa que vem guardando há anos.
Podendo utilizá-la como uma arma (do tipo chicote, pelo menos assim pareceu), uma forma de desaparecer (como em um número de mágica) ou até mesmo como um paraquedas, a capa se torna a principal referência desse novo super-herói. Mas, além dela, ele também conta com a habilidade de hipnotizar seu oponente, algo que Vince aprende com um dos artistas do circo. No meio do caminho, Vince se alia a Orwell (Summer Glau), uma blogueira que declarou guerra ao crime e à corrupção.
Assim, ele passa a enfrentar o bilionário Peter Fleming (James Frain), que mantém a identidade secreta de Chess, um implacável assassino. No elenco também estão Dorian Missick, como Marty, um ex-detetive da polícia; Martin Klebba, como Rollo, membro da trupe circense; e Vinnie Jones, como Scales, comparsa de Chess; entre outros atores.
Se encarada como uma série de TV, “The Cape” é apenas mais uma produção com roteiro fraco e personagens mal desenvolvidos. Mas, se for assistida como se fosse uma história em quadrinhos em movimento, ela ganha outro contorno. Trata-se de uma adaptação de HQs com uma abordagem infanto-juvenil.
Levando-se a sério, “The Cape” apresenta um enredo simples, sem nuances ou profundidade, que preserva os aspectos tradicionais das histórias de super-heróis. A série capta a estética HQ desde os cenários, passando pelo figurino, chegando nas interpretações visualmente exageradas, algumas caricatas. A fotografia de cada cena equivale a uma sequência das tiras em quadrinhos, faltando as onomatopeias.
A história do episódio piloto se desenvolve mais rápido que ‘um tiro de revólver’. É praticamente um resumo da origem do herói e sua missão. Quando digo resumo, não estou exagerando. A velocidade com que as situações evoluem é surpreendente. Uma narrativa desperdiçada, que poderia ter sido melhor aproveitada para estabelecer a proposta da série.
“The Cape” resgata algumas referências nostálgicas para quem acompanha a produção seriada há mais tempo. Os artistas de circo, e seu ambiente, lembram “James West”, com o personagem do Conde Manzzepi e sua trupe circense. Já o esconderijo subterrâneo remete diretamente à “A Bela e a Fera”, série dos anos de 1980 que está em exibição no canal TCM. A estética de “The Cape” faz lembrar “The Flash”, série da década de 1990 que também promoveu a adaptação do visual HQ na TV. Os vilões remetem à série “Batman”, da década de 1960, mas com um visual “Dick Tracy”, filme de 1990 para o cinema estrelado por Warren Beatty, Madonna, Dustin Hoffman e Al Pacino.
“The Cape” serve para dois tipos de público: aqueles que gostam de dar uma boa risada com uma abordagem quase trash das aventuras de um super-herói; e aqueles que são fãs de quadrinhos, mais interessados no visual que no desenvolvimento da história e dos personagens. Mas não se apeguem demais, pois a série não vem conquistando um bom desempenho na audiência. “The Cape” estreou com 8.4 milhões de telespectadores e o último episódio exibido, até agora, teve apenas 4.6. O que não chega a ser uma surpresa.