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Comic Con 2011: Painel de Doctor Who

O painel de “Doctor Who” foi realizado no último domingo com as presenças dos atores Matt Smith e Karen Gillan, dos produtores Piers Wenger e Beth Willis e do roteirista Toby Whithouse. Este é o primeiro painel da série na Comic Con em que Smith e Gillan participam. O ator disse estar impressionado com o […]

Por Fernanda Furquim Atualizado em 31 jul 2020, 11h17 - Publicado em 26 jul 2011, 19h08

(E-D) Toby Whithouse, Karen Gillan e Matt Smith (Fotos: Frazer Harrison/Getty)

O painel de “Doctor Who” foi realizado no último domingo com as presenças dos atores Matt Smith e Karen Gillan, dos produtores Piers Wenger e Beth Willis e do roteirista Toby Whithouse.

Este é o primeiro painel da série na Comic Con em que Smith e Gillan participam. O ator disse estar impressionado com o entusiasmo e a paixão que os fãs demonstram durante o evento. Também disse achar engraçado andar pelo local e ver dezenas de pessoas vestidas como o Doutor e sua companheira, Amelia Pond, e até mesmo como Daleks. Para os fãs, foi montada uma Tardis, onde muitos puderam tirar uma foto como se estivessem saindo da máquina do tempo.

Durante o painel foram exibidos três clipes. O primeiro apresentou um resumo da história que vem sendo desenvolvida desde o início da quinta temporada, o segundo foi um preview dos novos episódios e o terceiro foi um trecho do episódio de número 11, escrito por Whithouse.

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Questionada sobre a longevidade da série, que estreou na Inglaterra em 1963, Willis disse acreditar que o sucesso se deve ao fato do Doutor ser capaz de se regenerar, o que permite aos produtores reformular a narrativa e o desenvolvimento da história sempre que o protagonista é trocado. Desta forma, o público tem uma produção nova de tempos em tempos, que segue a mesma mitologia.

Uma das perguntas refere-se justamente à essa situação: “qual seu Doutor favorito?” Os produtores elegeram Tom Baker (1974-1981), o quarto ator a interpretar o personagem. Sylvester McCoy (1987-1989) também foi mencionado.

Smith e Gillan não cresceram assistindo uma série “Doctor Who” produzida em seu próprio tempo, já que entre a década de 1990 e 2005, não foram lançadas novas temporadas. Com base nas reprises, Smith disse gostar os trabalho de Patrick Troughton, segundo ator que assumiu o personagem entre 1966-1969. Já Gillan disse ter gostado de Christopher Eccleston, ator que estrelou a primeira temporada da fase atual da série. Em recente entrevista, o ator revelou que um dos motivos pelos quais deixou o elenco da série foi a politicagem que domina os bastidores.

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Matt Smith

A regeneração do personagem fez surgir outra pergunta feita por uma fã. “É possível que, um dia, o Doutor se regenere como uma mulher?”. Embora os produtores não tenham descartado a ideia, disseram que a presença de River Song na trama já dá à história uma versão feminina do viajante do tempo.

Pois a descoberta da verdadeira identidade de River foi justamente um dos momentos mais comentados durante o evento. A atriz Gillan revelou que nem o elenco sabia da história. Eles recebem os roteiros um ou dois dias antes de gravar cada episódio.

Para este caso, os produtores entregaram a eles um roteiro com um final falso. Eles somente foram informados a respeito pouco antes de gravar a cena. A única que sabia desde o começo sobre a cena real era a atriz Alex Kingston que interpreta Song.

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Outra pergunta feita foi acerca dos Daleks. Visto que o produtor Steven Moffat chegou a declarar em entrevistas que não pretendia aproveitá-los em um futuro próximo, os fãs queriam saber se os eternos inimigos do Doutor realmente não seriam vistos tão cedo.

Esta pergunta foi feita de um modo engraçado. Uma fã levou um boneco Dalek; dando corda no ‘bicho’ ele disse: “a pergunta será feita a seguir, se não respondê-la, você será exterminado”. O Dalek deveria fazer a pergunta, mas uma falha mecânica o impediu. Assim, sua ‘dona’ fez a pergunta por ele. Smith não confirmou nem negou, apenas limitou-se a declarar que algo poderia ser arranjado… e ele não foi exterminado por isso!

Outro ‘Dalek’, desta vez uma pessoa imitando a forma de falar de um deles, queria saber se a filha do Doutor seria aproveitada nesta fase da trama. Smith brincou dizendo que agora a filha é a esposa. O ator faz referência ao fato de que David Tennant se casou com a atriz que interpretou sua filha na série. Tennant interpretou o Doutor antes de Smith assumir o personagem. Em resposta à pergunta, Smith disse não saber. Apenas Steven Moffat, produtor responsável pela série, decide que personagens retornarão ou não.

O mesmo tipo de resposta foi dada à pergunta feita acerca das comemorações dos 50 anos da série. Seria possível um encontro entre os atores que já interpretaram o Doutor e ainda estão vivos para marcar presença? Algo assim já foi feito quando a série celebrou 20 anos de sua estreia. “Por que não? Poderíamos fazer isso”, foi a resposta. Em recentes entrevistas, David Tennant disse que está aberto a esta possibilidade.

“Se Doctor Who pudesse fazer um crossover com outra produção, qual seria?” Matt Smith disse que gostaria de ver um cruzamento entre “Doctor Who” e “The Big Bang Theory”. “Eles falam tanto sobre a série, que seria legal aparecer na frente deles um dia!”; já Gillan disse que ficaria encantada se pudesse ter um episódio que cruzasse com “Jornada nas Estrelas: a Nova Geração”. Declarando-se fã da série, Gillan disse que ficou empolgada por ter conhecido Brent Spiner, que interpretou Data na produção dos anos de 1980. Whithouse completou dizendo que naquele dia ela passou horas dizendo a Will Wheaton como tinha sido emocionante conhecer Spiner.

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Karen Gillan

A série possui outro elementos, além da regeneração do protagonista, que garantem a durabilidade da produção. Entre eles, a forma como as criaturas que enfrentam o Doutor são retratadas. Sem defini-las como o retrato da maldade encarnada, elas carregam uma certa humanidade e um alto grau de complexidade dentro delas, que geram simpatia junto ao público. Além disso, a produção busca manter sua mitologia intacta, apesar das transformações que sofreu ao longo das décadas para se adaptar aos novos tempos.

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Entre os elementos que permanecem tal como foram concebidos está a TARDIS, a máquina do tempo em forma de cabine telefônica. Segundo Smith, existe um manual que ensina como operar os controles da máquina, o qual sempre foi seguido. Cada ator que interpreta o Doutor é obrigado a ler o manual e seguir corretamente as instruções de como a máquina deve ser operada ara cada situação.

Ao contrário da maioria das séries, “Doctor Who” se destaca entre os fãs pelos roteiristas convidados. Nomes conhecidos no universo da ficção científica. Muitos escritores dessa área vêem “Doctor Who” como um objetivo a ser alcançado. Durante o painel, os produtores disseram que no roteiro de Neil Gaiman, “The Doctor’s Wife”, existia um comentário do autor que revela seu entusiasmo pela série. Na cena dois, o roteirista escreveu: “interior do Tardis”, indicando onde a cena ocorre. Logo depois, antes dos diálogos, ele escreveu: “esperei minha vida toda para escrever isso”.

Questionados quais roteiristas os atores gostariam de ver contribuindo com a série, Smith disse que adoraria contar com a contribuição de J. J. Abrams (Lost) ou Edgar Wright (do filme Tintin); Gillan e Whithouse gostariam de um roteiro assinado por Roald Dahl (escritor já falecido), enquanto que Wenger revelou que gostaria que Russell T. Davies, que foi produtor da série entre 2005 e 2009, pudesse contribuir com algum roteiro para esta nova fase.

“Qual a raça alienígena favorita”? Gillan elegeu as criaturas felinas que formam o grupo “Sisters of Plenitude”, visto no episódio “New Earth”; já Smith gostou das estátuas de anjos que choram, que surgiram no episódio “Blink”, ambos estrelados por Tennant.

A segunda parte da sexta temporada estreia nos EUA e na Inglaterra no dia 27 de agosto. Segundo Smith, o público verá mais do ‘lado negro’ do Doutor. Para ele, o Doutor tem muito ‘sangue nas mãos’ e sentimentos de culpa e é por isso que ele é tão estranho, brilhante e maluco. Se ele parar, terá que encarar o sentimento de perda de todas as pessoas que ele amou. “O que seria uma área interessante de se explorar”, completou o ator.

Karen e Matt

Os produtores disseram que Matt Smith tem uma personalidade muito parecida com a do Doutor, embora ele seja menos brilhante! Smith riu diante do comentário dizendo que não é tão legal quanto o Doutor, da mesma forma que Karen não é tão legal quanto Amelia. “É verdade”, disse a atriz. Wenger comentou que após Smith fazer o teste e sair, Moffat virou para eles e disse: “Mas ele é o Doutor!”. Beth completou dizendo que a forma como o Doutor vem sendo desenvolvido e as situações nas quais se envolvem tem como referência o próprio ator.

A escolha de um novo ator para interpretar o Doutor é sempre complicada e cercada de muita pressão, visto a importância da série para os fãs e para a cultura popular britânica. Todos tem uma opinião a respeito. Já a companheira do Doutor é menos complicada, pois depende da química entre os atores, e sempre é possível trocar mais rápido uma atriz caso haja algum problema. Não é o caso de Karen, que estará presente na sétima temporada da série.

Os produtores não confirmaram nem negaram se a trama relacionada ao astronauta será definida ainda nesta temporada.Segundo Whithouse, uma das condições de se trabalhar com a série é não saber com muita antecedência o que será desenvolvido ao longo da temporada.

“Assisto a série junto com vocês”, disse Whithouse ao público presente no painel. “Acompanho com meus filhos e descubro o que vai acontecer ao mesmo tempo que vocês”. Ele disse que só foi informado com antecedência (cerca de dois meses antes) sobre a verdadeira identidade de River Song porque em seu roteiro, “The God Complex”, que viria depois da revelação, teria que ser incluída a referência.

Beth Willis disse que Moffat tem um prazer enorme em esconder informações sobre o que está por vir. Ele diz apenas o necessário. Smith brinca dizendo que é um prazer perverso. Mas, aparentemente, tanto Gillan quanto Smith sabem qual é o segredo de Amelia, o qual ainda não foi revelado ao público, nem para os produtores que estavam no painel.

Antes de encerrar, Smith pediu uma salva de palmas para Beth Willis e Piers Wenger, que estão deixando a produção da série para seguir com outros trabalhos.

Em resumo, esse foi o painel de “Doctor Who”. Confesso que esse foi o mais divertido e interessante que vi até agora. O painel completo está disponível no vídeo abaixo. Os previews exibidos durante o evento estão aqui. Cliquem nas imagens para ampliar.

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