‘Sentença’ faz retrato visceral do sistema judicial e prisional do Brasil
Em nova série do Prime Video, Camila Morgado interpreta uma advogada dividida entre o senso de justiça e os fantasmas do passado

Em um dia qualquer na cidade de São Paulo, carros e mais carros se amontoam no trânsito congestionado. Apesar de estar atrasada para o trabalho, Heloísa não foge à briga quando seu filho é chamado de macaco por um motorista. Ela desce do veículo, enfrenta o homem — que ameaça passar com o carro por cima dela — e brada: “Vou te processar por injúria racial. Te vejo no tribunal”. Conhecida no meio criminal por lutar contra a injustiça e por acreditar piamente que todos possuem direito a defesa, a advogada trabalha ajudando aqueles relegados pela sociedade em Sentença, nova série da Amazon Prime que chega ao streaming nesta sexta-feira, 15.
Vivida com maestria por Camila Morgado, Heloísa entende como ninguém a precariedade do sistema judiciário e prisional do Brasil. Os problemas da advogada começam quando ela pega o caso de uma mulher acusada de matar e atear fogo ao corpo de um policial, para se defender. Enquanto desvenda o que aconteceu, Heloísa é assombrada por fantasmas do passado e sua vida pessoal se mescla com o caso quando ela se vê em um beco sem saída e precisa pedir ajuda a uma facção criminosa envolvida na morte do policial para salvar a vida da mãe.
Dividida em seis episódios, o maior trunfo da produção, criada por Paula Knudsen, é colocar a protagonista em um papel de dilemas compreensíveis. Apesar de parecer incorruptível, a advogada acaba cedendo e ajudando o líder da facção, vivido por Rui Ricardo Diaz, quando o assunto é o risco de sua família. A mãe de Heloísa, presa por matar o marido, sofre um acidente e precisa de uma cirurgia de emergência no cérebro. Passar um “salve” na televisão em nome dos criminosos só se torna uma opção para a advogada quando ela esgota, exaustivamente, todas as tentativas legais de ajudar a mãe — e descobre que existem membros da facção dentro do sistema judiciário.
Outro retrato importante feito pela série é o da situação de Dinorah (Lena Roque), a mulher acusada de matar o policial. Desde o instante em que ela vai para uma penitenciária feminina aguardar julgamento, passa a sofrer diversos tipos de violência, que vão desde rasparem seu cabelo, até agressões físicas e abuso de poder por parte de policiais. Por meio de arquétipos, a produção faz um triste retrato não só do meio judiciário brasileiro, mas também das falhas grotescas do sistema penitenciário — que hoje, no Brasil, tem o papel oposto ao de reinserção dos presos na sociedade.
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