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Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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Jennifer Lopez expõe falso progressismo do ‘Super Bowl’ em documentário

Além das polêmicas envolvendo o show que dividiu com Shakira, produção da Netflix expõe barreiras que a cantora enfrentou por ser latina em Hollywood

Por Marcelo Canquerino Atualizado em 23 jun 2022, 15h24 - Publicado em 23 jun 2022, 15h14

No início de carreira, Jennifer Lopez disse que não se interessava muito por política – mas isso mudou com a ascensão do republicano Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos em 2016, e a implantação de sua agressiva política anti-imigrantes. Foi da necessidade de se posicionar, atrelada às experiências pessoais, que a cantora latina criou sua apresentação no Super Bowl, em 2020. O show do intervalo arrebatou o público e se tornou um dos mais vistos no YouTube. Mas o que poucos sabem é que os bastidores foram para lá de conturbados. Lopez dividiu o palco com a também latina Shakira, artista colombiana, algo inédito na história da apresentação — o que gerou um embate tenso com a organização do show. Por trás da tela, a realidade nua e crua é que a ideia de juntar as duas cantoras foi apenas um expediente da NFL (National Football League), Liga Nacional de Futebol envolvida em escândalos por apoiar Trump, para passar a falsa imagem de progressista.

O drama vivido em meio a ensaios para o show do Super Bowl é exposto timidamente no documentário Jennifer Lopez: Halftime, disponível na Netflix. No filme, a estrela revisita seu passado, mostrando que, na infância, não se enxergava como cantora. Para a menina nascida em Nova York e criada no bairro do Bronx, ela era apenas a atleta e dançarina da família. Influenciada por musicais que a mãe assistia enquanto crescia, em especial Amor, Sublime Amor, a jovem, de fato, iniciou uma carreira artística na dança e logo em seguida migrou para atuação e música. Os percalços que encontrou para se tornar a artista que é hoje —  desbravando uma indústria que não era lá muito receptiva a mulheres latinas — são descritos por JLo na produção. 

Desde que ganhou os holofotes por seu papel em Selena (1997), filme biográfico no qual interpreta a cantora Selena Quintanilla, assassinada aos 23 anos pela presidente de seu fã-clube, Jennifer Lopez sentiu o peso negativo que Hollywood colocou em suas origens porto-riquenhas. Para além do clássico interesse dos tabloides apenas por seus relacionamentos amorosos, a cantora também foi alvo de muitas piadas sexualizando seu corpo, e que ressoavam o estereótipo da mulher latina — principalmente comentários sobre seu bumbum e suas curvas.

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O documentário explora as discussões entre Jennifer e o diretor de música Kim Burse sobre o tempo do show, já que era quase impossível condensar todo o espetáculo planejado por ela em menos de 6 minutos. A apresentação, que teve forte mensagem em apoio aos imigrantes e à diversidade nos Estados Unidos, também quase sofreu censura dias antes de acontecer. A ideia de que a filha de Jennifer Lopez entrasse no palco saindo de uma espécie de gaiola para cantar Born in the USA fez com que os executivos da NFL tentassem vetar o momento porque seria um posicionamento político muito explícito. Apesar de esse drama ser abordado superficialmente pelo documentário, ao não se aprofundar nas polêmicas envolvendo os executivos do Super Bowl e a ligação deles com Trump, Jennifer bateu o pé e manteve sua manifestação política.

Para aqueles que não conhecem bem a trajetória de JLo, Jennifer Lopez: Halftime traz um ótimo panorama sobre como a artista conquistou a fama e todas as barreiras que enfrentou por ser uma mulher latina em posição de destaque em Hollywood. Os bastidores do Super Bowl são o fio condutor do documentário, mas a produção mergulha mesmo é na rotina de Jennifer, com momentos intimistas que mostram seu dia a dia corrido e sua relação com a família. É um pacote cheio de boas intenções – mas morno como um clipe de Jennifer Lopez.

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