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Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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Como a função ‘pular abertura’ está matando uma das artes das séries de TV

O botão, presente nos principais serviços de streaming, fez o público ganhar tempo, mas reduziu a importância das cenas de abertura

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 jul 2020, 15h38 - Publicado em 8 jul 2020, 13h09

A partir de uma demanda dos espectadores, a Netflix implementou em 2017 a função de pular a abertura das séries de TV. Afinal, aqueles minutinhos repetitivos, se acumulados numa maratona de episódios, se transformariam em horas perdidas, não é verdade? Antes mesmo de a função ser criada, a gigante do streaming já havia notado, por meio de seus algoritmos, que o público adiantava as aberturas manualmente. Ou seja, eles só facilitaram um hábito que já estava presente na vida das pessoas. A função agradou tanto que as concorrentes Amazon Prime Video e Globoplay também já a incluíram em seus aplicativos. Mas a facilidade teve um efeito colateral indesejado. Se por um lado o telespectador passou a ganhar preciosos segundos, por outro relega-se a um segundo plano – e até mesmo se ameaça de extinção – uma arte que até bem pouco tempo atrás era bastante celebrada pelos fãs e pelas produtoras: a excelência na criação das vinhetas que abrem as séries.

Quem não se arrepiou com a animação e a música de abertura de Game of Thrones? O que dizer da primorosa arte de True Detective, que em seus quase 2 minutos apresentou ao mundo a desconhecida (porém excelente) música Far From Any Road, do grupo Handsome Family? Ou do publicitário em queda livre pelos prédios da Madison Avenue, em Mad Men, ao som de uma improvável fusão de hip-hop com jazz de A Beautiful Mine, do produtor RJD2? Os exemplos são muitos e notáveis. I’ll Be There For You, de Friends, marcou uma geração. A cavernosa trilha oitentista de Stranger Things já assustou muita gente. Vikings, Westworld e Dexter também estão nesta lista. Para não citar os expressivos olhos sofridos das presidiárias de Orange is The New Black ou ainda o humor de Um Maluco no Pedaço, que resumia o enredo da série em apenas 1 minuto e 30 segundos.

Ok, ninguém é obrigado a avançar a abertura. Você pode simplesmente ignorar a função e assisti-la normalmente. Mas a facilidade em pular direto para o episódio é uma tentação difícil de se vencer, diminuindo a importância dessa verdadeira arte. A HBO é um dos canais que, felizmente, continuam investindo em excepcionais aberturas, como as já citadas Game of Thrones e True Detective, todas com mais de 1 minuto e 30 segundos de duração. Na Netflix, os números são outros. A abertura de Stranger Things não chega a 1 minuto. Better Call Saul tem apenas 15 segundos.

No afã de acompanhar todas as séries favoritas, há até um grupo de pessoas que assiste aos programas em velocidade acelerada, para acabar mais rápido. Mas essa é uma discussão para outro texto. Fica aqui, então, uma sugestão. Já que é tão fácil avançar as séries, que tal um botão similar para os diálogos ruins, seguido da mensagem: “Deseja ir logo para as cenas de ação”?

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