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Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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Chega de inveja, minha gente: deixem a Maju trabalhar

Nesta semana, a apresentadora da Globo sofreu mais um questionamento de sua competência. Há racismo aí - mas também ressentimento por seu sucesso pessoal

Por Marcelo Marthe Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 abr 2020, 13h01 - Publicado em 3 abr 2020, 12h51

Nem as imagens e notícias chocantes sobre o coronavírus impediram que um assunto infame mobilizasse a internet nesta semana: o debate sobre a competência de Maria Julia Coutinho. Vale recapitular os lances da mais nova história que envolve a apresentadora. Na segunda-feira 30, revelou-se que o ex-diretor de TV Rodrigo Branco detonou Maju em live numa rede social. Ele disse que a âncora do Jornal Hoje chegou aonde chegou na Globo não por mérito próprio, mas “por causa da cor” da pele. Branco pontificou que Maju “é horrível” e que, como diretor de televisão, enxerga cada mínimo erro dela na condução do telejornal matutino de maior audiência no país, incluindo até uma suposta dificuldade em ler o teleprompter.

Questionar a competência de Maju tem sido uma forma nada velada de discriminação. Mas, junto com isso, vem outra coisa igualmente detestável: pegar no pé de estrelas da TV como ela é uma forma ululante de inveja social.

O teor racista de ataques como esse – que não foi o primeiro do tipo sofrido por Maju – é evidente. Tanto que, apesar das desculpas públicas de Rodrigo Branco, a apresentadora decidiu de imediato processá-lo, como já processou outras pessoas pela mesma razão no passado. Racismo é crime, e deve mesmo ser combatido a todo custo. Mas o ponto a que quero chegar aqui é outro: está na hora de dar um tempo para a Maju.

Questionar sua competência tem sido uma forma nada velada de discriminação. Mas, junto com isso, vem outra coisa igualmente detestável: pegar no pé de estrelas da TV como ela é uma forma ululante de inveja social. Sim, inveja. E falo tanto dos colegas de emissora que não conseguiram abocanhar seu posto e vivem plantando fofocas sobre a moça quanto de uma parcela do público encastelada nas redes sob a forma de haters. Uns como os outros nada mais fazem do que repetir uma tendência atávica dos seres humanos: canalizar seu ressentimento para os pares da espécie que obtêm sucesso na vida.

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Maju dá umas engasgadas, briga com o teleprompter e já sorriu ao dar uma notícia triste? E daí, minha gente? O patrimônio dela é outro: o carisma. Não é preciso ser diretor de TV (e refiro-me aos bons, não aos ressentidos) para notar que, desde que começou a apresentar seus quadros meteorológicos, ela revelou uma empatia com o público rara de se ver na tela. Muitas telejornalistas rodadas tornam-se pálidas sombras quando surge alguém com um talento natural assim, mesmo que sejam craques no teleprompter.

Proponho, enfim, que se encare Maju mais ou menos como uma Grazi Massafera do telejornalismo. Grazi acumulou críticas por desempenhos sofríveis ao se tornar atriz, além de enfrentar a cara feia e os pontapés de colegas da Globo por ser uma ex-BBB com a audácia de atuar. Mas ela tinha estrela. A experiência e a dedicação fizeram de Grazi uma atriz bastante razoável, como se pôde notar em seu último trabalho, a novela das 7 Bom Sucesso.

Com mais tempo e aplicação, Maria Julia Coutinho também tem tudo para lapidar seu talento. Até lá, fica uma sugestão aos haters: deixem a Maju trabalhar.

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