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Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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As revelações da estrela Olivia Rodrigo, 19, em novo doc biográfico

Lançada pela Disney+, produção rememora o processo de composição de 'SOUR' – com uma estética de encher os olhos da geração Z

Por Gabriela Caputo 29 mar 2022, 09h45

Há pouco mais de um ano, a jovem Olivia Rodrigo lançava seu primeiro single, que alguns meses mais tarde encabeçaria seu disco de estreia, SOUR. A canção Drivers License virou hit quase que instantaneamente, quebrou recordes e tirou a atriz da Disney de um nicho juvenil, lançando-a no mundo com uma força surpreendente. O single oferecia o melhor do bom pop adolescente: melodia emocional, letra genuína, vocais intensos de quem teve o coração partido – além de saborosas fofocas dos bastidores para acompanhar. A juventude pode ser um caminho torturante; e enquanto tentava navegar por essas águas, Olivia, hoje com 19 anos, foi parar sob os holofotes — e condensa essa experiência em Olivia Rodrigo: Dirigindo Até Você (Driving Home 2 u, no original), novo documentário lançado pela Disney+ na última sexta-feira, 25.

O filme é uma espécie de diário visual e tem a estética como principal atrativo — a imagem, afinal, é um atributo essencial para os artistas da geração Z, nascidos sob a égide do mundo virtual. A proposta de Olivia não é contar sua trajetória de vida e como chegou até aqui. Pelo menos, não ainda. A estrela leva o espectador com ela enquanto faz uma viagem de carro entre as cidades de Salt Lake City, em Utah — onde foi gravada a série High School Musical: A Série: O Musical, da qual é protagonista —, e Los Angeles, na Califórnia. Ela revela que seu primeiro álbum nasceu em pontos desse trajeto. Agora, quer revisitá-los e compartilhar com os fãs um pouco mais do processo. Para isso, o documentário mescla vídeos de bastidores no estúdio em que gravou SOUR, ao lado do produtor Dan Nigro, comentários de Olivia sobre suas composições e novas performances das músicas do disco, ao lado de sua banda formada por mulheres. Apesar dos depoimentos sinceros e de pequenos vídeos espontâneos, o bruto do filme é todo encenado para favorecer a beleza do produto.

O visual, de fato, é de encher os olhos do figurino aos cenários e à direção. É como se cada canção ganhasse um novo clipe, enquanto Olivia brinca e inova em algumas faixas, entregando, por exemplo, uma versão de Jealousy, Jealousy com arranjos mais agressivos e uma apresentação de Good 4 u com orquestra, no meio de um belíssimo parque no deserto californiano. 

Mas o que a cantora tem a oferecer em Olivia Rodrigo: Dirigindo Até Você parece ser mais do mesmo. Tudo que a jovem compartilha sobre ter seu coração partido — pelo companheiro de cena e cantor Joshua Bassett, o que é de conhecimento geral — já foi dito antes. Aliás, outra característica da geração à qual Olivia pertence: abrir o coração e dividir um pouco mais do que deveria com o público acaba sendo trivial. A vida pública é uma extensão da vida pessoal, e o limite entre as duas coisas acaba meio borrado. Como consequência disso, é natural e extremamente honesta a forma como Olivia trata dos sentimentos nas composições e nas inúmeras vezes em que comenta o desastre amoroso. E ela sabe disso. Em uma cena do filme, aliás, confia a um amigo que a aterroriza pensar que, já que não vai estar triste pelo resto de sua vida, talvez não consiga manter o nível de inspiração necessário para suas criações. 

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'Olivia Rodrigo: dirigindo até você', disponível no Disney+
‘Olivia Rodrigo: dirigindo até você’, disponível no Disney+ (Disney/Divulgação)

O documentário faz parte de uma safra que banca a narrativa do artista jovem que estoura inesperadamente e vê sua vida virar de cabeça para baixo — e quais as consequências disso sobre a saúde mental. Nos últimos anos, as plataformas de streaming também têm investido em registrar a história desses novatos da indústria, como é o caso dos documentários Billie Eilish: The World’s a Little Blurry, da Apple TV+, Blackpink: Light Up the Sky e Shawn Mendes: In Wonder, ambos da Netflix. Em certa medida, os filmes parecem todos sucessores naturais de Justin Bieber: Never Say Never (disponível em plataformas de aluguel), documentário lançado em 2011, quando o canadense tinha apenas 17 anos de idade e pouco mais de dois anos de carreira. São todas produções que ficam obsoletas rapidamente, ao passo que os artistas conquistam novas etapas em suas carreiras e vidas pessoais. Justin Bieber, por exemplo, acabou lançando um segundo filme, Justin Bieber’s Believe, em 2013. 

Apesar do documentário de Olivia Rodrigo ter uma proposta diferente e bem menos ambiciosa, fica a expectativa de que a Disney invista, muito em breve, em uma produção biográfica mais completa. Afinal, a mocinha é uma forte aposta para dominar o cenário pop pelos próximos anos. Sua jornada está só começando e, se ganhar pelo menos uma dentre as sete estatuetas às quais foi indicada na edição do Grammy deste ano, já terá mais um capítulo para contar (e, de quebra, render audiência para o Mickey).

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