Vamos calorear?
Quando lhe dizem que em Angola existe o verbo calorear, que significa transpirar, suar, o que você pensa? Ai, que fofo? Não, talvez você pense que nossa língua está perdida, entregue a um bando de ignorantes que, dos dois lados do Atlântico, se esmeram em desconhecer as boas palavras castiças que o latim mal falado […]
Quando lhe dizem que em Angola existe o verbo calorear, que significa transpirar, suar, o que você pensa?
Ai, que fofo?
Não, talvez você pense que nossa língua está perdida, entregue a um bando de ignorantes que, dos dois lados do Atlântico, se esmeram em desconhecer as boas palavras castiças que o latim mal falado da Idade Média nos legou e ficam inventando o que não existe.
Será?
Ou será que pensa algo bem diferente? Por exemplo: pensa que nosso idioma tem, como poucos, pouquíssimos, uma profusão de fontes criativas espalhadas pelo mundo – espalhadas tanto do ponto de vista geográfico quanto cultural – e que isso lhe dá uma vitalidade rara?
Que bastaria calorear um pouquinho para dar uma formação educacional decente a essas multidões – e teríamos então, num passe de mágica, uma apoteose quase sebastianista da lusofonia?
Nesse ponto é bem possível que você pense: menos, cara, menos…
De qualquer maneira, dá o que pensar.