Os cães vaiam e a caravana passa – raspando
David Luis e um sul-africano se agarram enquanto o Morumbi vaia (Reuters) Os ecos da vaia histórica que a seleção brasileira tomou no Morumbi, ao derrotar por 1 a 0 e com grande dificuldade a limitada equipe da África do Sul, não foram inteiramente abafados pela goleada de 8 a 0 aplicada ontem à noite […]
Os ecos da vaia histórica que a seleção brasileira tomou no Morumbi, ao derrotar por 1 a 0 e com grande dificuldade a limitada equipe da África do Sul, não foram inteiramente abafados pela goleada de 8 a 0 aplicada ontem à noite no bisonho time chinês.
No entanto, Mano e seus comandados poderiam se consolar invocando certo provérbio popularizado pelo colunista social Ibrahim Sued, com uma ligeira adaptação autorizada pela etimologia: “Os cães vaiam e a caravana passa”.
A vaia – que conta com muitos sinônimos menos usados, como apupo, assuada e o expressivo fiau – é uma palavra de meados do século 16 que, segundo a maioria dos filólogos, tem sua origem mais remota no italiano baia, do verbo baiare ou abbaiare.
Também fonte do francês baie e do espanhol vaya (que não se confunde com o termo homônimo em que uma conjugação do verbo ir assume papel de interjeição), o italiano (ab)baiare significa simplesmente latir, ladrar. Acredita-se que tenha origem onomatopaica.
Curiosamente, o verbo vaiar só surgiu entre nós no século 20, de acordo com o etimogista Antônio Geraldo da Cunha. Antes disso, para expressar tal ação, era preciso usar uma fórmula composta como “dar uma vaia” ou “aplicar uma vaia”.